O Fórum Cearense Pela Vida no Semiárido (FCVSA) realizará, nos dias 17, 18 e 19 de agosto, o segundo Festival das Sementes e o quarto Encontro Estadual de Agricultores/as Experimentadores/as na cidade de Quixeramobim.
Os dois eventos reunirão mais de 100 participantes, entre representantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT), do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional do Ceará (Consea), Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará (Fetraece), Frente Brasil Popular, entre outras entidades e organizações.
Cerca de 40 trabalhadores e trabalhadoras rurais também virão de todas as regiões do estado e participarão de debates e palestras sobre “Ameaças à agrobiodiversidade do Semiárido: agrotóxicos e transgênicos”; “Povos tradicionais como guardiões da agrobiodiversidade”; “Convivência com o Semiárido e Políticas Públicas” e “Agroecologia e Território”, os quatro principais temas que serão mediados no evento.
As mudanças propostas na Lei Estadual dos Agrotóxicos facilitam a aplicação de veneno nas plantações e a produção massificada de plantas transgênicas pode contaminar as variedades de sementes naturais que vêm sendo selecionadas pelas famílias agricultoras há décadas. Estes fatores de risco e as estratégias de resistência a eles serão analisados nos debates.
“Os riscos de contaminação das sementes crioulas e de erosão genética desse patrimônio aumentam, tanto pela produção de variedades comerciais de milho transgênico das grandes empresas, quanto pela distribuição de sementes não adaptadas às realidades locais pelos programas governamentais”, afirma a agrônoma Ana Cristina Souza, integrante da Comissão de Sementes do FCVSA.
Nos intercâmbios, os grupos visitarão três comunidades: Riacho do Meio, em Choró, onde conhecerão grupo de jovens Sementes do Sertão e a sua experiência no beneficiamento de sementes; Aroeiras, em Quixeramobim, e serão recebidos por Aureliano e Liduína Martins, integrantes da Casa de Sementes Zé Noca; Na comunidade Bom Jardim, em Quixadá, a experiência das mulheres na produção agroecológica e preservação das Sementes da Vida será o foco do encontro.
O Festival de Troca de Sementes encerra a programação com a mostra e partilha das variedades crioulas específica de cada região. “Esses momentos são importantes para que essas famílias resgatem e percebam a grandiosidade de serem guardiãs dessa diversidade genética que são as sementes crioulas. Com a guarda de sementes e as práticas agroecológicas vai se formando um movimento de resistência da agricultura familiar dentro do semiárido”, ressalta Ana Cristina Souza.
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