A condenação de Cirilo Antonio Pimenta Lima limpará a imagem de que a Lei funciona apenas para pobres, especialmente numa cidade, que ainda vive com marcas do coronelismo moderno.
O prefeito de Quixeramobim, Cirilo Pimenta vive um momento de turbulência, e seu quadro político a cada dia se agrava, diante de uma gestão marcada por escândalos de corrupção, é o que afirmou e denunciou o Ministério Público Estadual-MPCE nos últimos anos.
A situação de Cirilo é delicada, mas um processo que se arrasta desde 2009, está sem dúvida causando-lhe insônia, para o homem que se acostumou em mandar e desmandar na Terra de Antônio Conselheiro. A situação de Pimenta é semelhante á de Ilário Marques em 2012, delicada.
A ação civil por improbidade administrativa de nº 624-21.2009.8.06.0154/0, em tramite na 1ª Vara da Comarca de Quixeramobim revela uma situação vergonhosa, quando acusa Cirilo Antonio Pimenta Lima, na época ex-deputado estadual, de livrar seus amigos de uma prisão.
O portal Revista Central teve acesso ao processo, que consta no Inquérito Civil de nº 01/2009, que durante os dias 17 e 18 de 2009, a polícia militar realizou uma operação para desarmamento no município de Quixeramobim. Durante a ação, a composição flagrou um veículo parado na CE-060, com três pessoas e com um arsenal de armas e munição, estes eram amigos do homem até então o mais poderoso desse município do Sertão Central cearense. Foi fácil se livrar da cadeia.
Os flagranteados foram levados a Delegacia de Polícia Civil, quando chegaram lá, o delegado não se encontrava. Um dos detentos identificado por “Edi” resolveu ligar para o então deputado Cirilo Pimenta, com o objetivo de “pedir uma força, dizendo que todos eram pessoas de bem”.
Pimenta chegou à delegacia e depois foi buscar o delegado Francisvaldo Pontes, os dois chegaram à unidade policial juntinhos e no mesmo veículo.
Segundo o MP, o delegado olhou para as armas e determinou que estas fossem imediatamente devolvidas, bem antes, Cirilo Pimenta tinha pedido que o delegado desse aquela ajudinha. O delegado não fez nenhum procedimento.
Afirma ainda a peça acusatória, que os próprios beneficiados por Cirilo afirmaram: “Se não tivesse pedido ajuda ao Júnior, do Cirilo e do delegado teria sido preso e a arma teria sido apreendida“.
A ação foi protocolada no dia 24/06/2009, mas passado todos esses anos, tudo andou a passos de “tartarugas”, todavia, para a surpresa e o desespero de Cirilo Pimenta, na manhã dessa terça-feira, 01, às 09h, ocorreu à audiência, que o levou a sentar nos bancos dos réus, uma real demonstração de que seus atos serão severamente punidos na justiça.
Se antes, Cirilo Pimenta se sentia superior à lei, agora, se ver como réu, uma prova clara de a lei é “Erga Omnes”. Hoje o rei moderno da Terra de Antonio Conselheiro não pode mais usar a expressão de Luís XIV: “o estado sou eu”, nesse caso: “Quixeramobim sou eu”.
Na peça do Ministério Público existe um rol de testemunhas e todos acusam o prefeito de ter livrado seus amigos da cadeia, pasmem, até os flagranteados.
A condenação de Cirilo Antonio Pimenta Lima limpará a imagem de que a Lei funciona apenas para pobres, especialmente numa cidade, que ainda vive com marcas do coronelismo moderno.
Abaixo segue a denuncia do MP com riquezas de detalhes