Coluna Amadeu Filho: a voz de veludo do rádio quixadaense é de Ribamar Lima

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A Associação de Imprensa do Sertão Central escolheu na categoria comunicador o radialista Ribamar para receber a comenda Adolfo Lopes.

Os quixadaenses que sintonizavam a Rádio Uirapuru com o objetivo de escutar a crônica “boa tarde para você”, de autoria dos cronistas João Eudes Costa e professor Luis Oswaldo, na voz límpida, segura e marcante de Ribamar Lima de Aquino. Escutar estas crônicas era a certeza de esquecer, por algum tempo, as durezas do cotidiano. Os ouvintes de rádio são unânimes em afirmar que grande parte da audiência se devia a narração emocionante deste radialista, que muitos não sabem, é filho de Barbalha (02.07.1948), mas hoje quixadaense, graças à vereadora Dadá.

O rádio tem essa capacidade exclusiva de nos transportar a uma situação onde só exista paz, felicidade. Nas crônicas lidas pelo Ribamar os ouvintes só desfrutavam das coisas boas da vida. Só o rádio tem esse poder! Mas a “voz de veludo” não se limitou a apresentar crônicas e conquistou um público cativo ao comandar programas musicais, tendo ainda enveredado pelos noticiários e até transmissões esportivas. Foi na Rádio Uirapuru que viveu seu grande momento.

Seu público majoritário era formado por donas de casas (lia horóscopos, falava da vida dos artistas), motoristas (lia frases de párachoque), aposentados (tinha sempre uma mensagem de fé), torcedores (quando gritava cada gol do Quixadá). Uma características forte de Ribamar Lima era a sua coragem no enfrentamento das mais diversas situações. Nunca negou ter pouco conhecimento de futebol, mas falava: “eu narro o jogo, ninguém quer fazê-lo”. Entrevistava autoridades, gente famosa da música com uma naturalidade incrível. Por isso, algumas vezes foi incompreendido, mas lembrava: “o rádio não pode parar”. Até como discotecário chegou a trabalhar.

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Se não fosse o amor por Quixadá , o grande carinho e respeito que sempre dispensou ao senhor Aziz Baquit e dona Paula (faz questão de lembrar que foi muito ajudado por este querido casal), teria, com certeza brilhado no rádio cearense, pois chegou a trabalhar na “Rádio Uirapuru”, substituindo nomes já consagrados como Guajará Cialdine, Cid Carvalho, Edson Silva. José Pessoa de Araújo, presidente da Rede Uirapuru de Comunicação era fã do radialista quixadaense. Mas atendendo pedido de seus queridos amigos ficou mesmo na Terra dos Monólitos.

No começo dos anos 70, conheceu o grande amor da sua vida. Ele mesmo contou: “Vinha caminhando pelas ruas tranquilas de Quixadá e, deparei-me com a inesquecível amiga Irene do Zé do Santos que apresentou a Helena”. No dia 2 de dezembro de 1972, casou-se na Catedral em celebração presidida pelo Padre Térence e Dom Rufino. Ri muito quando lembra não ter entendido o que dizia o padre (não era brasileiro) e de ter recorrido ao primeiro bispo quixadaense que, com simplicidade o explicou tudo.

Há pouco tempo, problemas de saúde afastaram o comunicador do microfone e de outras atividades. Foram dias de dificuldade, até de sofrimento, amenizados em grande parte pela presença forte de Helena, dos amigos e de alguns ouvintes. Faz questão de citar os nomes de pessoas que esteve com ele nos duros momentos da doença como Dr. Roque Pires, Dr. Durval, Padre Thomas, João Saraiva, Carlos Augusto e muitos outros. Fez questão de ressaltar o grande apoio do casal João Eudes Costa e Ângela, presente nos momentos cruciais da doença. Com grande sacrifício, formou-se em administração de empresas.

Lembra feliz dos queridos professores, Neusa Jataí, Maria Guedes, Cezarina, Neemia, Célia, Neide Roque, Francí Gurgel, Maria Augusta, Dona Zélia, Flávio do Banco do Brasil e outros.
Quem gosta realmente de rádio, de ouvir uma voz bonita, quer a presença de Ribamar Lima na programação das emissoras locais. A sua saúde já permite o retorno ao ar. Dono de ótima dicção, alto poder de improvisação, sempre uma boa performance frente ao microfone, não há realmente um lugar para o comunicador no rádio local? E também tem que se levar em conta, o lado humano, pois Ribamar enfrentou sérios problemas e o rádio lhe faria muito bem!

Ao final de nossa entrevista com Ribamar Lima, fez questão de reconhecer que, em algumas situações, chegou a ser grosseiro com algumas pessoas, mas, com lágrimas nos contou: “Depois da doença, do que sofri, aprendi que não somos nada sem o calor humano, sem a presença das pessoas. Aprendi muito com o sofrimento e hoje, todas as pessoas são especiais para mim”. Bonito de se ouvir, Ribamar! Como seria bom se todos nós admitíssemos que também erramos”. Volte logo ao rádio, voz de veludo! todos ficaremos felizes.

Na última quinta-feira, 05, os comunicadores vinculados a Associação de Imprensa do Sertão Central escolheram na categoria comunicador o radialista Ribamar, a emissora rádio Cultura e o portal Revista Central foram indicados para receber a comenda Adolfo Lopes.

Amadeu Filho
Colunista da RC
Radialista Profissional
Acesse também o blog Amadeu Filho

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