“Vamos pedir que a Federação Cearense de Futebol (FCF) paralise o campeonato, porque o Quixadá pode entrar no lugar do Icasa”, aponta Mesquita.
Não deu certo no campo, mas pode dar certo no Tribunal, aposta a diretoria do Ferroviário. Rebaixado para a Série B do Campeonato Cearense no último domingo, o time da Barra irá se apoiar em supostos erros de outras equipes para tentar permanecer na elite do Estadual. Segundo o vereador Carlos Mesquita (PMDB), ex-presidente e atual conselheiro do clube, jogadores em situação irregular atuaram na primeira fase da competição e podem mudar a tabela, afetando, inclusive, a segunda fase.
“Já chorei o que tinha de chorar, mas agora estou sorrindo, porque há uma luz no final do túnel, e eu vou atrás dela”, afirma Mesquita. De acordo com ele, jogadores que foram punidos devido à confusão no jogo entre Guarani de Juazeiro e Guarany de Sobral, em abril de 2013, não teriam cumprido as suspensões ou medidas sociais impostas. Entre eles, estariam os atletas Djalma, atualmente no Itapipoca, e Guídio, no Icasa. Além deles, o nigeriano Henry Kanu, do Guaraju, não teria o visto especial de trabalho para atuar no País, aponta o vereador.
Segundo Mesquita, a diretoria do clube já confirmou que deve fazer a denúncia no Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (TJDF-CE) ainda esta semana. “Se tudo isso for confirmado, vai ser uma revolução no campeonato”. Caso não seja acatada, ele diz ainda ter conhecimento de outras supostas irregularidades que devem ser publicizadas em “um segundo momento”. “Esta é a nossa carta na manga”.
Para Antônio Rodrigues, auditor do TJDF-CE, se for procedente, o caso reflete a “desorganização” dos clubes que disputam o campeonato. “Esse é o retrato triste do futebol cearense. É uma desorganização sem precedentes na história, um amadorismo imperdoável”, critica. De acordo com ele, o Tribunal só deve ter a conta correta quando a denúncia for efetivada, mas a punição para este tipo de caso é a perda de três pontos mais os pontos conquistados em cada um dos jogos que contou com atletas irregulares.
Com a penalidade, a disputa do hexagonal pode ser alterada, pois o Icasa perderia a classificação. “Vamos pedir que a Federação Cearense de Futebol (FCF) paralise o campeonato, porque o Quixadá pode entrar no lugar do Icasa”, aponta Mesquita. Diretor de futebol do Guarani, Kléber Lavor assegura que tanto os jogadores apenados no ano passado quanto o atacante Henry estão sem nenhuma pendência que os impossibilite de jogar.
A apelação do Ferroviário ao TJDF-CE lembra o Estadual de 2012, quando a equipe se livrou do rebaixamento após a punição ao Crateús, que perdeu 13 pontos por escalar jogadores irregularmente. “A história do time é manchada se ele for para a Segunda Divisão. Queremos ficar na primeira, e estamos pedindo o cumprimento da lei. Se tem uma regra todos têm de cumprir, e nós vamos tentar”, afirma Mesquita.
O POVO entrou em contato com a assessoria do TJDF-CE para conferir o cumprimento da pena dos jogadores punidos em 2013, mas o levantamento só poderia ser completado hoje. Segundo a assessoria da FCF, o presidente Mauro Carmélio está viajando e não poderia conceder entrevistas. A entidade, entretanto, afirma que não pode interferir no caso, e que irá acatar qualquer decisão do Tribunal.
Com informações do O Povo
