Raimundo criou uma didática própria, tendo como instrumento maior a paciência, a dedicação, até hoje lembrada.
Existem palavras que se encaixam perfeitamente , quando uma é mencionada, logo várias outras são lembradas imediatamente. Digamos, por exemplo, falando-se em Quixadá, nos vêm à mente uma cidade bela, acolhedora. Porto lembra o mar, navios. É impressionante como as palavras se engrenam e como têm denominadores comuns, assim, quando se diz mestre dedicado e competente, vem-nos sem demora a nossa mente a figura do professor Raimundo.
Na verdade, uma associação de ideias: Quem não conhece o grande valor do professor Raimundo? Ora, Quixadá inteiro sabe que este profissional tem uma personalidade forte, realmente presente em suas atitudes, como educadorl e como pessoa humana. Transmitiu sua sabedoria, lecionando Matemática no Colégio Estadual, Sagrado Coração de Jesus, Ginásio Valdemar Alcântara. Tornou-se uma figura muito estimada na “Terra dos Monólitos” por sua extraordinária capacidade de transmitir aos jovens uma disciplina, muita vezes, odiada, e pela maneira afável e atenciosa para com alunos, colegas e comunidade.
Raimundo de Queiroz Rodrigues, filho de Francisco Rodrigues Sobrinho e Ivana Paulina de Queiroz, nasceu no Chalé da ponta da barragem do Açude Cedro, vindo ao mundo pelas mãos da mãe Vieira, parteira do Cedro Velho e de outros lugares. No seu primeiro dia de aula na Escola Rural do Cedro não foi muito feliz. Por não lembrar como se rezava o Pai Nosso, a pedido da professora, saiu correndo em direção a sua casa, pois iria experimentar uma indesejada palmatória. Voltaria, no entanto, a estudar no mesmo local.
Teve aulas particulares, que lhes foram bastante úteis, ministradas pela educadora que não esquece, Dona Mundinha. Rapazinho foi estudar no Ginásio Valdemar Alcântara, o respeitado “Colégio do Padre”, onde teve o privilégio de ter como professores o Padre Clineu (também diretor), Maria Braga, Francy Gurgel e tinha como colegas, entre outros, Aílson da Silveira Medeiros, Jaime Ferreira e Hélio Gurgel.
O convite para lecionar no Colégio Estadual surgiu devido a uma honrosa colocação na prova de português no vestibular, realizado em Fortaleza. Foi o quinto colocado na seleção, o que motivou matérias em diversos jornais e revistas acadêmicas. Realmente, um grande feito para um menino criado no sertão onde as dificuldades sempre são bem maiores. A partir daí o Colégio Estadual entrou definitivamente em sua vida. Ass pessoas o identificarem como “Raimundo do Estadual”.
Teve como diretores Lúcia, Padre Clineu, Dr. Glauco, Dr. Aílson, entre outros. Algum tempo depois, foi vice-diretor do turno da noite, mas sempre trabalhando com empenho e conquistando amizades. No final dos anos 70, foi aprovado em um concurso do “Banco do Estado do Ceara(BEC)”, teve que optar pela atividade de bancário. Nunca deixou de ser tratado por todos como “professor Raimundo”, o que continua nos dias de hoje, mesmo já aposentado.
É casado com a senhora Rita de Cássia Queiroz, aluna que fisgou o coração do mestre (como nas belas histórias de amor). Casaram-se pela lei de Deus no ano de 1971, na Catedral, em celebração presidia pelo padre Dourado. É pai dedicado dos jovens Robson e Renarly que, não fugindo a regra: “Somos filhos do Professor Raimundo”. Católico fervoroso, sempre esteve presente nas atividades da igreja até os dias de hoje.
Dificilmente encontraremos quem não o conheça, pelo menos de nome, a dedicação, a bondade, o respeito aos jovens que fizeram deste professor, uma figura respeitada e querida na comunidade. Mesmo tendo escolhido a mais temida das disciplinas, Raimundo criou uma didática própria, tendo como instrumento maior a paciência, a dedicação, até hoje lembrada.
A sua interação com os alunos foi tão intensa que hoje, quando os seus ex-alunos o encontram, fazem questão de enaltecer a sua atenção para com todos eles. Carismático, continua conquistando novas amizades. Por tudo isso, nós tiramos o chapéu para ele! Viva o Professor Raimundo! Viva nosso grande amigo!
Acessando o blog Amadeu Filho você terá a oportunidade de conhecer mais sobre a história de Quixadá.
Amadeu Filho
Colunista da RC
Radialista Profissional
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