A irmã do empresário dava conselho para que o seu irmão não fizesse nada com a jovem, “eu gostava muito dela”.
A região do Sertão Central cearense ainda está comovida pelo triste fim de dois jovens da cidade de Quixadá. O empresário, bem sucedido, Claudenir Benicio Agostinho, 33 anos, conhecido por “Bixo-Cell” e a universitária, Maria Gracye Kelly Lima Maia, 25 anos, cheia de planos para o futuro, foram os protagonistas de uma grande tragédia passional no Ceará.
O velório do empresário ocorreu no bairro Alto São Francisco e o seu sepultamento foi no cemitério particular, Parque Nova Jerusalém. Durante todo o dia parentes, amigos e clientes deram o último adeus, todos muito abalados com o acontecido.
A cabeleireira Lena Benicio Agostinho, 38 anos, irmã de Claudenir Benicio, disse que todos já tinham aconselhado o empresário a deixar a sua ex-namorada em paz, por entenderem que aquele relacionamento não tinha mais sentido para os dois. “Só que ele colocou na cabeça que faria o que fez, ela sabia, todo mundo sabia, eu gostava muito dela e queria poder também me solidarizar com a família dela, até porque nós não temos culpa”. A cabeleireira acrescentou ainda que, o relacionamento dos dois começou há mais de 11 anos.
O empresário começou a praticar tiros após o fim do relacionamento e, alguns amigos, até pediam para que ele largasse de suas armas, já com receio do pior acontecer, “sei que aconteceu uma tragédia, mas é fundamental falar que ele era um cidadão de bem, uma pessoa trabalhadora e que, nesse momento, todos têm que respeitar”, pediu o amigo e empresário, Igor Azevedo Carvalho.
Mãe da universitária
“Minha filha sofreu muito, muito, mais muito mesmo, foram anos de sofrimento, a maior parte em silêncio, até que chegou um dia que ela resolveu romper o seu sofrimento e desabafou, porque não aguentava mais aquele homem” – Terezinha Creuza – mãe da universitária do 9° semestre do curso de psicologia da Faculdade Católica Rainha do Sertão de Quixadá, morta com três tiros na cabeça.
“Foram feito vários, muitos boletins de ocorrência na Delegacia Civil, mas, como ele tinha dinheiro, era preso e logo estava infernizando a vida de minha querida filha, uma menina que não largava o pai, ela talvez não foi embora porque amava demais o seu pai”, relevou a mãe que, mesmo diante da triste situação, resolveu falar com as equipes de reportagem do Portal Revista Central e do Barra Pesada – TV Jangadeiro.
A mãe da universitária relevou que, o empresário Bixo-Cell perseguia a jovem quase todos os dias, “ela mudava de número, mas ele conseguia, ele pulava até o muro da nossa casa, chegou a espancar ela no meio da rua”.
“Ela chegou a dizer que morria, mas não queria mais viver com ele, ela não suportava ele”.
Durante a entrevista, o pai da jovem, o aposentado José Ferreira Maia, 77 anos, hipertenso e doente da depressão, para conseguir andar tem que receber auxílio, beijou o rosto de sua filha, no caixão, e foi as lágrimas. Familiares tiveram que tirar o idoso do local.
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“O mais revoltante é que clamamos por ajuda a todas as autoridades do município e, mesmo assim, nada foi feito. Minha filha sofreu até a morte, foi muito duro para uma mãe ver uma filha estirada no chão, principalmente, por ser uma menina tão educada, estudiosa e trabalhadora”, concluiu em lágrimas.
A universitária não foi embora da cidade porque não queria deixar o seu pai, ela era uma das pessoas que cuidava do idoso. Diferente do que foi públicado, a mãe da jovem disse que foram registrados oito Boletins de Ocorrências. O sepultamento da universitária será na manhã dessa sexta-feira, 31, no cemitério municipal de Quixadá.