“Vou criar os meninos trabalhando nele, vendendo pipocas”.
Todos nós, carregamos belas lembranças de nossa infância e, que nos acompanham por toda a vida. O cheiro de pipocas, vendidas em um carrinho nos trás a lembrança de uma figura que marcou a infância de muitos quixadaenses: “Juvenal Pipoqueiro”.
Foi no Quixadá calmo, bonito, cheio de paz, todo mundo conhecendo todo mundo, na virada dos anos 50 para 60 do século passado, um senhor, vendendo pipocas em um carrinho, com um jeito todo especial ao lidar com crianças se tornaria uma das pessoas mais queridas e um verdadeiro “Rei dos Baixinhos” da Terra dos monólitos, daqueles anos. Ele era considerado pelos que trabalharam no ramo e ainda hoje estão em atividade, como “O pai dos pipoqueiros”, como bem atesta Chico Pinto que conviveu bastante com Juvenal.
O início da atividade se deu pelo fato do comércio que mantinha no mercado não estava mais rendendo o necessário para o sustento da família. Juvenal mantinha um ponto no velho mercado e conviveu com Paraibano, Válter, Amadeu, Luquinha, Adélia. Nos contou o seu filho Milton Barbosa (proprietário de uma banca de revistas) na praça José de Barros, que um dia, um senhor ofereceu um carrinho de pipoca a seu pai, alegando não ter condições de mantê-lo. Aí seu pai adquiriu. Seu Juvenal dizem, ficou muito tempo olhando aquele carrinho e, certamente, foi paixão à primeira vista. “Vou criar os meninos trabalhando nele, vendendo pipocas”. E ali começaria uma atividade que mudaria a sua vida. Em pouco tempo, virou uma marca da cidade. Com um jeito peculiar no trato com as crianças, se tornaria um ídolo e a sua simples presença, as alegrava. “Mamãe, papai, olha o carrinho do Juvenal”. Quantas vezes esta cena se repetia nas ruas calmas (naquele tempo), em Quixadá. A sua presença era certa nas praças, nos parques de diversões, nos colégios. Fazia tanto sucesso com as crianças que o Senhor Pedro, proprietário de um parque de diversões, preparou um local exclusivo para o querido pipoqueiro. No início, o carrinho de Juvenal ficava em frente à loja do Senhor Elias Roque, mas com o tempo, se fazia presente nas praças da cidade. Naqueles anos, a última parada era na famosa banca de Rosa Gorda. E assim, por mais de 30 anos, Juvenal Pipoqueiro desenvolveu esta atividade, criando seus queridos filhos. O título “pai dos pipoqueiros” se deu pelo fato de ajudar seus colegas quando os mesmos enfrentavam dificuldades no desempenho de sua função.
Ao presenciarmos a grande presença de carrinhos de pipoca atualmente em Quixadá, é impossível não lembrar da encantadora presença de Juvenal Pipoqueiro, ídolo das crianças que o amavam. Lembramos até do pequeno lampião a gás, aquela luz verde-azulada, iluminando aquelas pipocas quentinhas, naquele carrinho que talvez fosse, naquele momento, a única alegria da criançada. No começo dos anos 80, Juvenal recebeu de Deus, certamente, a missão de alegrar as crianças do céu. Resgatando um pouco a história de Juvenal Pipoqueiro, coisas boas estão de volta! É como se estivéssemos vivendo sem conhecer as maldades deste mundo.
Acessando o blog Amadeu Filho você terá a oportunidade de conhecer mais sobre a história de Quixadá.
Amadeu Filho
Colunista da RC
Radialista Profissional
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