A escolha do estadunidense Robert Francis Prevost, de 69 anos, para assumir a função de novo papa da igreja católica, despertou curiosidade pelo nome escolhido para seu papado: Leão XIV. O último papa com o nome Leão foi o Leão XIII, eleito em 1878 e falecido em 1903. Desde então já se passaram 121 anos sem um pontífice com esse nome.
O legado do Papa Leão XIII, antecessor do atual papa estadunidense, inclui devoção ao Espírito Santo e defesa da justiça social. Nascido em 2 de março de 1810, na Itália, Vincenzo Gioacchino Pecci tornou-se uma das figuras mais influentes da história da Igreja.
Autor da encíclica Rerum Novarum, de 1891, Leão XIII lançou as bases da Doutrina Social da Igreja, defendendo os direitos dos trabalhadores e a justiça social, temas até hoje centrais na missão e atuação da Igreja no mundo.
Atento também à dimensão espiritual, Leão XIII instituiu oficialmente a novena de preparação para Pentecostes, incentivando maior devoção ao Espírito Santo. Na virada do século, no final de 1899, consagrou o século XX que iria chegar ao Espírito Santo, ato considerado por muitos como um prenúncio de eventos marcantes na história recente da Igreja, como o Concílio Vaticano II e o surgimento da Renovação Carismática.
O nome Leão, derivado do latim Leon, carrega o simbolismo da força e da coragem. Antes de Leão XIII, outro papa com esse nome marcou profundamente a história: Leão I, conhecido como Leão, o Grande, que liderou a Igreja no século V.
Se tornou historicamente conhecido por ter persuadido Átila, o Huno, a recuar de sua invasão ao Império Romano. Também foi um firme defensor da ortodoxia cristã e autor da carta doutrinária enviada ao patriarca Flaviano de Constantinopla. O documento, que afirma a existência das duas naturezas de Cristo (humana e divina), foi adotado como referência no Concílio de Calcedônia, em 451, e contribuiu para conter heresias da época.