É possível o açude Quixeramobim sangrar em 2025? Veja análise do acumulado da barragem

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Sangria da Barragem no dia 3 de abril de 2023 (Foto: reprodução/Conecta Informática)

Quixeramobim: Depois de proporcionar, por dois anos seguidos, um verdadeiro espetáculo das águas e de esperança, a população de Quixeramobim questiona: será que a barragem voltará a sangrar neste ano de 2025?

Essa expectativa tem uma razão de existir. Em 2023, depois de 12 anos sem verter água pelo sangradouro, a barragem chegou a sua cota máxima e sangrou, promovendo um verdadeiro espetáculo na cidade. A cena se repetiria em 2024, quando também sangrou o Fogareiro, outro importante açude do Sertão Central.

Parte dessa resposta se responde com estatística, analisando os números dos anos anteriores, e checando quais as chances teríamos de uma sangria voltar a acontecer.

Até essa sexta-feira (28), data dos dados mais recentes disponíveis, o Açude Quixeramobim tinha um volume de água armazenado equivalente a 53,4% de sua capacidade total. No mesmo dia de um ano atrás, esse volume era de 78,76%.

Quando sangrou, no dia 2 de abril de 2023, depois de um hiato de 12 anos, a barragem havia chegado a marcar 101,57 de sua cota. Até ontem, o açude tinha uma cota de 100,35.

Outro fato que pesa para determinar a sangria de um açude é o volume das chuvas que, consequentemente, pode provocar a cheia de outros reservatórios que deságuam no Quixeramobim. Notadamente, o volume de chuvas este ano está sendo bem menor, o que pode servir como uma explicação aos números acima.

Mas, uma parte dessa pergunta também se responde com base na fé, é aquela crença do sertanejo que responde que “para Deus nada é impossível”. Quando Ele quis, fez o Quixeramobim sangrar após mais de dez anos, se assim quiser novamente este ano, não haverá nada que o impeça.

Mas essa matéria não se debruça sobre o poder de acreditar ou não na fé, mas sim, sobre evidências, estatísticas, dados e números. E estes, por sua vez, dão um claro sinal: a barragem pode até sangrar este ano, mas a situação é um pouco mais difícil do que no ano passado.