Movimento sindical prevê novas chances da Usina de Biodiesel de Quixadá ser reativada; entenda

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Usina iniciou processo de fechamento em 2016: venda prevista para até 2022 (Foto: Sistema Verdes Mares)

Quixadá: Este Município pode estar prestes a se tornar um polo estratégico na transição energética do Ceará, e caso as coisas ocorram como estão previstas, a Usina de Biodiesel da Petrobras, instalada em Quixadá, poderá ser reativada. O setor de biocombustíveis aguarda com expectativa a possível reativação da Usina, medida que pode representar um avanço na segurança energética do estado e impulsionar a economia regional.

O movimento de reativação da UBQ ocorre em meio ao Leilão de Reserva de Capacidade de 2025, que prevê a contratação de usinas termelétricas movidas a biocombustível. A Petrobras possui, no Polo do Pecém, a UTE Termoceará, unidade que pode se tornar a primeira termelétrica do Brasil a operar com biodiesel, reforçando a matriz energética renovável do estado.

A esperança foi lançada na última semana, pela Federação Única dos Petroleiros, uma espécie de movimento sindical de trabalhadores do setor, que são favoráveis à reativação da Usina, e que lutam insistentemente, para que o Governo Federal adote medidas favoráveis a este cenário.

“Outro fator favorável à reativação da usina é a chegada da ferrovia Transnordestina, que ligará o polo produtor de grãos do Piauí ao Porto do Pecém. A nova infraestrutura deve facilitar a logística de fornecimento de matéria-prima, fortalecendo a cadeia produtiva do biodiesel e estimulando o surgimento de polos agroindustriais na região”, diz o texto, no site da FUP.

A reinserção do biodiesel na matriz energética do estado também se alinha ao compromisso da Petrobras com a transição energética. A produção cearense do combustível renovável poderá abastecer projetos estratégicos, como o Carbono Neutro da Lubnor, que, a partir de 2026, demandará cerca de 120 m³/dia de biodiesel para a formulação de biobunker, combustível marítimo sustentável.

A usina, inaugurada em 2008 como parte do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), teve suas atividades encerradas em 2016 devido a mudanças estratégicas da Petrobras. A unidade gerava cerca de 200 empregos diretos e beneficiava mais de 30 mil agricultores familiares, além de piscicultores e catadores de resíduos, promovendo inclusão social e desenvolvimento sustentável.

De acordo com o movimento sindical, a possível reativação da Usina em Quixadá, “representa um passo importante para a consolidação do Ceará como referência em energia limpa. Além de reduzir a dependência de combustíveis fósseis, a medida pode impulsionar a economia local, promover inclusão produtiva e reforçar a posição do estado como protagonista na transição energética nacional”.