‘Quem tiver terra, pode plantar’: Profetas da Chuva preveem bom inverno para 2025

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29ª edição do Encontro dos Profetas da Chuva aconteceu no IFCE (Foto: Márcio Silva/divulgação)

Quixadá: Os profetas e profetizas cearenses que se reuniram em Quixadá neste sábado (11), estão otimistas em relação à quadra chuvosa de 2025. Em grande maioria, com uma discordância aqui e outra acolá, eles afirmaram prever que as chuvas deste ano serão boas, tanto para os açudes como para a agricultura.

O encontro ocorreu no campus de Quixadá do Instituto Federal do Ceará (IFCE). A programação começou ainda na sexta-feira (10), mas seu ponto alto foi mesmo no sábado, quando os homens e mulheres, com a sabedoria adquirida a partir da observação da natureza, mostraram suas previsões.

Conforme a organização, 31 profetas participaram do encontro. O mais velho deles, com 97 anos. Embora aconteça em Quixadá, participam do evento profetas de outros municípios e até do Piauí.

Cada um ao seu modo e com a particularidade de seus métodos, os profetas confirmaram que o Ceará terá boas chuvas em 2025. Alguns foram incisivos: “Vai pesar mais entre março e abril”, disse José Célio de Assiz, o mais antigo entre os participantes.

Profetas levam artefatos para comprovar, nos encontros, suas previsões (foto: Arquivo RC)

Renato Lino de Sousa, outro profeta, estava tão seguro, que deu até um recado para os agricultores. “Vai ser uma beleza. Ele vai ser cedo. Quem tiver terra, pode plantar”. Ao jornal Diário do Nordeste, o profeta Erasmo Barreira disse ter observado a ‘lagoa da lua’ em dezembro, indicativo de que teremos “muita chuva”.

Como são feitas as previsões?

O instrumento de observação dos profetas são os elementos da natureza: o movimento da estrela d’alva, a posição do ninho do João-de-Barro, o comportamento das formigas e a tradicional tábua de pedras de sal.

Nos últimos 12 anos, os Profetas acertaram oito das 12 previsões. Em 2023, por exemplo, apesar de não haver unanimidade, a maioria disse que haveria bom inverno, e foi o que aconteceu. Em Milhã, por exemplo, o açude tomou tanta água que transbordou, invadiu casas, destruiu regiões e deixou localidades isoladas.

“O evento tem 29 anos e ao longo dessa estrada os profetas estão estudando mais. O objetivo do nosso encontro é resgatar a cultura e confraternizar com o povo cearense e nordestino. Se tem uma coisa que alegra nordestino é chuva”, disse Helder Cortez, idealizador do evento.