Se você viveu o futebol brasileiro dos anos 2000, deve ter admirado os grandes trabalhos de Muricy Ramalho. Ídolo no São Paulo e, depois, conquistou as torcidas do Fluminense e Santos. Técnico falador e com muita bagagem, são quatro títulos brasileiros nas costas.
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Mister Brasileirão
Em 2005, Muricy chegou muito perto de vencer seu primeiro Brasileirão, mas foi vice no comando do Internacional. Não demorou muito para ele ter uma nova chance. No ano seguinte, começou uma era extremamente vitoriosa no São Paulo.
O rei dos pontos corridos treinou o Tricolor Paulista em 2006, 2007, 2008 e 2009. Até hoje, o São Paulo de Muricy é o único tricampeão seguido do atual formato do Campeonato Brasileiro. Elencos históricos: Rogério Ceni, Cicinho, Lugano, Miranda, Jorge Wagner, Hernanes, Alex Dias…
Em 2006, o São Paulo foi campeão com nove pontos de distância do segundo colocado. Assumiu a liderança na 17ª rodada e não largou mais. O bicampeonato, em 2007, veio com quatro rodadas de antecedência. Em 38 rodadas, aquele time levou apenas 19 gols, uma marca impressionante. No ano seguinte, a campanha do Tri foi mais sofrido, pois o São Paulo se tornou líder na 33ª rodada e garantiu o título na última rodada.
Durante o tempo que comandou o São Paulo, Muricy passou por algumas situações curiosas, a maioria em entrevistas coletivas. A personalidade forte do treinador rendeu falas marcantes:
- “Uma perguntinha chata, porradinha. Se tem uma pergunta boa, é boa”.
- “Muita ondinha, muita fofoquinha. Vamos falar um pouco de futebol, se vocês sabem um pouquinho”.
- Quem está tranquilo, tem que ficar em casa. Eu estou nervoso todo dia”.
- “No fim do ano eu sou o melhor de novo. Não dá para entender essas coisas. Pela quarta vez eu sou o melhor”.
- “Aqui é trabalho, meu filho!”
Vencedor, obstinado e um verdadeiro líder. Muricy tem uma relação de longa duração com o São Paulo e jamais desistiu de seus jogadores. Às vezes mau humorado, outras brincalhão. Muricy é sinônimo de competência e consistência.
Ressuscitador do Fluminense
Podemos dizer que, no São Paulo, Muricy Ramalho fez um trabalho sólido, garantindo um ambiente favorável. Mas e quando o clima não ajuda e seu tempo é limitado para mostrar algo? Muricy se provou mais ainda em 2010, quando elevou o patamar do Fluminense. O time que lutou para não cair em 2009 foi campeão brasileiro no ano seguinte.
Muricy usou diversos recursos para punir o adversário. O Tricolor de Laranjeiras terminou o campeonato com 71 pontos. Foram 23 rodadas na liderança. 62 gols marcados e 36 sofridos.
A torcida tricolor passou a venerar Muricy Ramalho, que sem dúvidas foi o divisor de águas da conquista. Além de, claro, as atuações incríveis de Conca e Fred.
A principal curiosidade sobre a passagem de Muricy pelo Fluminense é que ele quase foi para a Seleção no meio do ano. Após a eliminação do Brasil na Copa do Mundo de 2010, ele era o favorito para assumir. No entanto, a diretoria do Flu não liberou. Dessa forma, Mano Menezes se tornou a segunda opção.
Muricy confessou ter ficado triste por não ir para a Seleção Brasileira, mas respeitou o contrato com o Fluzão e o resto é história. O Tricolor se sagrou campeão brasileiro pela terceira vez.
