A secretária estadual de Proteção Social, Onélia Santana, será indicada para a vaga de conselheira do Tribunal de Contas do Ceará (TCE). O requerimento que dá início ao rito do processo de indicação, deve ser lido na sessão desta quarta-feira (11), na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece).
Onélia é esposa do ministro da Educação, Camilo Santana, que já foi governador do Ceará por dois mandatos. A indicação do seu nome é vista como uma espécie de costura política, e se por um lado tem recebido apoio amplo da base aliada do governador na Alce, por outro, tem sido alvo de duras críticas.
A ONG Transparência Internacional criticou a indicação de Onélia, que é psicopedagoga, e disse que o ato seria uma tentativa de promover o aparelhamento da Corte de contas. “Enquanto o Brasil tolerar práticas obscenas de patrimonialismo como estas, estará condenado ao subdesenvolvimento. As instituições e a sociedade têm que reagir”, disse a ONG.
Na sessão de Terça (10), na Alece, o novo presidente da casa, deputado estadual Romel Aldigueri (PDT), que já havia feito elogios à indicação do nome de Onélia, afirmou que 37 dos 46 deputados da casa, já tinham assinado o requerimento formalizando o aceite pela indicação da esposa do ministro da Educação.
Deputados da oposição fizeram críticas. Sargento Reginauro, líder do União Brasil na Casa, chamou Camilo de novo imperador do Ceará. Dra. Silvana (PL), também fez críticas. Já Carmelo Neto, do mesmo partido e também de oposição, lembrou a questão da isonomia. “Como a conselheira do TCE vai se colocar para analisar contas dos aliados do seu marido?”
O cargo que Onélia deverá ser indicada está em aberto no TCE desde junho, após a morte do conselheiro Alexandre Figueiredo. O cargo de conselheiro é vitalício, com subsídio de quase R$ 40 mil, vantagens e garantias semelhantes aos de desembargador, por isso, é muito cobiçado.