Cinco influenciadores são indiciados em Quixeramobim por divulgar ‘jogo do tigrinho’

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Cinco influenciadores são indiciados em Quixeramobim por divulgar ‘jogo do tigrinho’. Foto: divulgação

Cinco influenciadores da cidade de Quixeramobim, foram indiciados pela Polícia Civil, nesta terça-feira (1º), por divulgar nas redes sociais um jogo de azar on-line popularmente conhecidos como “jogo do tigrinho”.

Os indiciados são:

Layse Ingrid – miss gay Quixeramobim 2024 e empresária, com mais de 30 mil seguidores;

Andréia Amâncio – 14 mil seguidores;

Kellygton Felício – mais de 3 mil seguidores;

Bruna Eduarda Victor Morais – mais de 14 mil seguidores e

um adolescente de 16 anos – mais de 4 mil seguidores.

De acordo com a Polícia Civil, os quatro adultos, com idades de 22 e 28 anos, foram indiciados pelos crimes de propaganda enganosa e abusiva e exploração de jogo de azar.

O adolescente vai responder por ato infracional análogo aos crimes de propaganda enganosa e abusiva e exploração de jogo de azar.

Morte ligada ao vício no “jogo do tigrinho”

A investigação foi conduzida pela Delegacia de Quixeramobim, que tem como titular o delegado William Lopes.

Conforme o processo, ao qual o g1 teve acesso, a apuração sobre a atuação de influenciadores da região na disseminação dos jogos de azar começou após o caso de suicídio de uma mulher de 33 anos, ocorrido na cidade em junho deste ano.

Segundo a polícia, a morte da vítima estaria diretamente ligado a problemas financeiros por vício em jogos de azar, especificamente, o “jogo do tigrinho”.

Considerando a ocorrência e a informação recebida pela delegacia sobre a exploração de jogos de azar, a delegacia fez o levantamento dos influenciadores que divulgavam as plataformas em seus perfis.

“É um absurdo o que tem ocorrido ultimamente, principalmente no nosso município, pessoas dilapidando todo o seu patrimônio, famílias sendo arruinadas. Temos casos até de pessoas que tentaram suicídio e até pessoas que cometeram suicídio por conta de perder todo o seu patrimônio, entram em um espiral de problemas psicológicos e não conseguem se retirar. Muitas vezes alguns desses influenciadores têm conhecimento que isso está ocorrendo com as pessoas e a gente tem que eliminar essa prática dessas infrações”, disse o delegado William Lopes.

Todos os influenciadores investigados foram chamados para prestar esclarecimentos e durante o depoimento relataram que foram recrutados por “agentes” que ofereciam até R$ 500 por semana para o cadastro de 50 assinantes nas plataformas de jogos.

O esquema também disponibilizava contas “demo” para que os influenciadores publicassem para seus seguidores uma simulação de que eles sempre ganhavam nos jogos. A maioria dos ouvidos disse a polícia que não utilizaram o recurso.

As investigações continuam por meio da Delegacia Municipal de Quixeramobim, com o intuito de identificar outros suspeitos da prática criminosa na região.

Com informações do G1