Quixeramobim: O Hospital Regional do Sertão Central (HRSC) realizou a primeira cirurgia em artéria carótida. O procedimento faz parte dos novos serviços e especialidades que passaram a ser oferecidos desde agosto, na unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) em Quixeramobim, ampliando a capacidade da unidade de realizar atendimentos de alta complexidade no hospital, para atender às demandas da região.
Thiago Carvalho, chefe da unidade de Urgência e Emergência do HRSC, explica que a cirurgia, a exemplo dos novos serviços, impacta de duas formas a região. “A primeira é no sentido de dar um suporte aos pacientes com traumas de lesões de artérias em acidentes. A segunda é dar suporte à unidade de AVC, oferecendo um serviço de retaguarda importante, tendo em vista que uma das principais causas de acidente vascular é a obstrução das artérias”, pontua.
As carótidas são artérias que levam sangue rico em oxigênio e nutrientes para o cérebro. Cada pessoa tem duas artérias carótidas, que se localizam uma de cada lado na região anterior do pescoço. A cirurgia realizada, chamada de “endarterectomia“, é um procedimento necessário quando ocorre o processo de calcificação em uma dessas artérias, impedindo o fluxo normal do sangue para o cérebro, conforme explica o cirurgião vascular do HRSC, Thiago Lopes.
“A situação é comum em pacientes que sofrem Acidente Vascular Cerebral (AVC). A cirurgia retira essa calcificação, fazendo o sangue voltar a circular normalmente, e evita que o paciente sofra um novo AVC”, diz Thiago.
Foi o que ocorreu com a paciente Regina Lúcia da Silva, 63 anos, moradora de Quixadá. Ela deu entrada na unidade de AVC do HRSC no final de julho, e durante os exames, a equipe detectou a calcificação na carótida. Dona Regina, inicialmente, seria encaminhada para hospitais da Capital. Mas acabou sendo a primeira a realizar o procedimento no próprio HRSC, sem precisar sair da região onde mora para ter o serviço que precisava.
“Se não fosse essa inauguração [dos novos serviços], a gente ainda precisaria ir para Fortaleza. Foi muito bom, porque não demorou e eu ainda fiquei com o pessoal que cuidou de mim desde o dia que eu cheguei aqui”, conta Regina, que recebeu alta três dias após a cirurgia e até já retirou os pontos.