O Rio Grande do Sul vive um dos maiores desastres climáticos de sua história. As fortes chuvas, que já duram dias, causaram mortes, deixaram cidades debaixo d’água e ameaçam o rompimento de barragens. Quais são as explicações para tanta chuva no estado?
De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o fenômeno é resultado da junção de diversos fatores: uma onda de calor localizada na região central do Brasil, com alta pressão atmosférica. Juntos, esses dois fenômenos estão provocando a formação de ar seco e quente, que acaba por bloquear a passagem das frentes frias para o norte do país. Essas frentes frias vêm da Argentina, chegam rapidamente na Região Sul e não conseguem avançar.
De acordo com Marcelo Seluchi, coordenador-geral de Operações do Cemadem, as chuvas podem ser reflexo do El Niño, que está em etapa final, e também das mudanças climáticas, já que a atmosfera e os oceanos estão mais quentes, produzindo vapor adicional para formação das chuvas.
Seluchi prevê que os temporais ainda vão perdurar por dias, em razão de um fenômeno que ocorre no Oceano Pacífico, chamado sistema de bloqueio, que influencia no Brasil. Nesse sistema, conforme o meteorologista, uma situação atmosférica fica estagnada e persiste por dias. o processo para absorção do volume de água também levará dias.
O cenário pode ser considerado inédito para o estado e um dos maiores desastres no país. Os volumes de chuva, diz o especialista, já foram registrados em outras partes do Brasil, porém não com tanta abrangência territorial. “Esses volumes não são inéditos, mas a abrangência espacial da chuva talvez seja inédita”, disse.
Com texto da Agência Brasil