Onde e como surgiu a tradição de ‘queimar o judas’ no sábado de aleluia?

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Bonecos são pendurados e em seguida queimados em várias cidades do Brasil (Foto: reprodução)

A tradição da malhação de Judas, presente em diversos países durante a Páscoa cristã, é um fenômeno cultural que une comunidades na confecção e queima de bonecos representando Judas Iscariotes, apesar de não ser uma prática litúrgica católica.

No Brasil, essa tradição ocorre da Sexta-Feira Santa ao Sábado de Aleluia, enquanto em Portugal, se estende do Sábado de Aleluia ao Domingo de Páscoa. Judas, conhecido por trair Jesus, é um dos doze apóstolos conforme a Bíblia.

Essa prática, que tem suas raízes na Península Ibérica e foi incorporada no Brasil durante a colonização, é retratada em obras como as de Debret em 1823 e em peças teatrais como “O Judas em Sábado de Aleluia” de Martins Pena, em 1840.

Além de seu contexto religioso, estudos sugerem que a malhação pode ter significados simbólicos variados, representando não apenas a traição, mas também figuras ou ideias repudiadas pela comunidade, inclusive com referências políticas.

Entretanto, a prática enfrenta críticas, especialmente de grupos judaicos, que a consideram como uma perpetuação do antissemitismo, ao reforçar a ideia de que os judeus foram responsáveis pela crucificação de Jesus.