Leilão de transmissão na B3 vai fortalecer energias renováveis em Quixadá e Banabuiú

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Dos 15 lotes, 10 priorizam o Nordeste. Desse total, dois têm o Ceará na vanguarda. Foto: divulgação

Os olhos estarão voltados para o leilão de transmissão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que acontece na B3, no próximo dia 28 de março. O que mais chama atenção? Promessas de investimentos que superam a casa dos R$ 20 bilhões.

Dos 15 lotes, 10 priorizam o Nordeste. Desse total, dois têm o Ceará na vanguarda.

Na esteira, estão as interligações para Crateús, Ibiapina, Quixadá, Morada Nova, Banabuiú, Pacatuba e Russas, Fortaleza e até Pecém.

As novas linhas de transmissão devem iniciar a operação entre abril e junho, conectando subestações com capacidades de 230 kV e 500 kV.

Se contabilizar o Rio Grande do Norte, onde as interligações são quase a metade das conexões cearenses, são 480 km de extensão e capacidade combinada de 3.100 MVA.

E a cereja do bolo: na avaliação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), as novas linhas e subestações vão elevar a capacidade de “exportação” de energia do Nordeste para as regiões Sudeste/Centro-Oeste e Norte. Se considerar todo o potencial “exportador”, pode chegar a 12.500 MW.

O desenvolvimento vai potencializar as usinas fotovoltaicas e eólicas, especialmente na chamada “temporada dos ventos”, que vai de junho a novembro.

Para os empresários, o certame gera um alívio. Por anos, na verdade, décadas, fala-se da expansão das energias renováveis. Em contrapartida, não haviam conexões para atender a demanda exponencial de parques eólicos e solares que brotavam pelo Nordeste.

Disputa

Um relatório do Itaú BBA mostra quem são as empresas que devem brigar palmo a palmo no leilão. No rol estão players como Alupar, Engie Brasil, Eletrobras, Neoenergia, CPFL e a ISA Cteepp. Já o Bank of America põe a Engie, Isa Cteep, Alupar, CPFL e Neoenergia como licitantes.

No último leilão de transmissão, em 27 de setembro de 2023 e com cinco lotes, as empresas citadas (Isa Cteep), State Grid Brazil Holding, Alupar (no consórcio Olympus) foram algumas das vencedoras.

É difícil dizer quem vai faturar. Mas, de toda forma, o Ceará sai ganhando.

O que versa o certame

Dos 15 lotes propostos, seis têm investimento previsto superior a R$ 1 bilhão. O destaque em termos financeiros é o item 6, cuja construção é estimada em R$ 3,4 bilhões, com 1.001 km em linhas de transmissão e duas subestações nos estados da Bahia e de Minas Gerais. Quanto ao prazo de construção, o mais longo é o do Lote 12, com 72 meses.

O leilão contará com itens a serem integrados, o que condicionará a continuidade de alguns lotes ao sucesso de outros. O lote 12, com aproximadamente 400 km em linhas de transmissão em Maranhão e em Tocantins, está condicionado à aquisição do lote 1, com 534 km em linhas de transmissão e duas subestações no Ceará e no Piauí. Do mesmo modo, os lotes 14 e 15, que somam 1.145 km em linhas em Minas Gerais e na Bahia, estão condicionados ao lote 6.

Conteúdo: focus.jor