A família de uma mulher de 61 anos, que morreu em janeiro de 2021 durante a crise de abastecimento de oxigênio em Manaus, devem receber uma indenização de R$ 1,4 milhão pela morte da vítima. A ação foi determinada pela Justiça Federal do Amazonas. Cabe recurso.
O processo é movido pelo viúvo e os seus filhos da mulher, contra a União, o Governo do Amazonas e ainda a Prefeitura da Capital. A sentença, proferida pela juíza Jaiza Maria Pinto Fraxe, da 1ª Vara Federal Cível do Amazonas, determina que os familiares sejam indenizados pela morte da mulher em função da crise de oxigênio e o atendimento que ela deixou de receber.
A mulher deu entrada no dia 4 de janeiro daquele ano, em uma Unidade de Pronto Atendimento do Hospital Platão Araújo, em Manaus, e ficou em um leito de enfermaria. Uma semana depois a saturação da paciente chegou a 60%, mas o Hospital alegou não ter leito de UTI para transferi-la, e a família chegou a ir na Justiça para solicitar um leito.
No dia 14 de janeiro de 2021, quando a justiça deu parecer favorável à paciente, ela não resistiu e morreu. Foi no mesmo dia em que a crise pela falta de ôxigênio nos hospitais de Manaus chegou ao seu ápice.
No entendimento da juíza, “a paciente não recebeu os cuidados necessários para evitar a morte, tendo agonizado num leito de enfermaria e dessaturado até 40%, o que possivelmente provocou a sua parada cardiorrespiratória em razão do esforço para obter ar”. As informações foram detalhadas pelo jornal O Globo.
A União, o Governo do Estado e a Prefeitura ainda podem recorrer da decisão em segunda instância.