O Código do Direito Canônico sugere que sacerdotes tenham uma vida desprendida das riquezas terrenas, é o que a igreja chama de Voto de Pobreza. Mas parece que um padre de 56 anos da Paraíba não leu essa parte. Ele foi preso nesta sexta-feira (17) suspeito de desviar R$ 140 milhões de instituições filantrópicas e de comprar 29 imóveis de luxo.
Padre Egídio de Carvalho Neto foi preso após uma investigação descobrir um esquema de desvio de recursos, que eram destinados para um Hospital administrado pela Diocese e destinado ao atendimento de pessoas pobres pelo SUS.
De acordo com a investigação Egídio recebia de salário do Hospital R$ 15 mil por mês, mas a investigação descobriu que entre janeiro de 2021 e setembro deste ano, R$ 4,5 milhões passaram pela conta bancária do padre. A Promotoria do Tribunal de Justiça da Paraíba descobriu que nos últimos dez anos cerca de R$ 140 milhões de verbas destinado ao Hospital Padre Zé e ao Instituto São José, na Paraíba, foram desviado.
No relatório da investigação a justiça paraibana detalha que “Ao agir por aproximadamente uma década, Egídio enriqueceu-se ilicitamente às custas dos cofres públicos e, em última análise, da própria sociedade hipervulnerável desta localidade. Foram 29 imóveis ao total — até o momento — nos Estados da Paraíba, Pernambuco e São Paulo, TODOS de elevadíssimo padrão de construção e perdulário, orquestração de pisos, iluminação e decoração”.
Na manhã de ontem o Tribunal de Justiça mandou prender o sacerdote e ele se entregou a Justiça. Ele foi afastado de suas funções e responde a um procedimento pelo mesmo Código Canônico. Além dele outras duas pessoas que trabalhavam no hospital, também foram presas.