O geneticista Anderson Arruda, de 50 anos, adotou uma estratégia simples e objetiva para evitar um eventual erro médico antes de uma cirurgia: ele escreveu as palavras “sim” e “não” nos próprios joelhos para sinalizar qual deveria ser operado. O procedimento aconteceu no último sábado (12) em Fortaleza.
Anderson explicou que precisou da cirurgia após romper o ligamento cruzado do joelho esquerdo em uma queda. Ele explicou que, inclusive, fez as sinalizações após recomendação da própria equipe de enfermagem.
“Colocar o ‘sim’ e o ‘não’, na verdade, é uma orientação das enfermeiras que trabalham com cirurgia de joelho ou outros membros que você tenha dois, para que na hora da cirurgia não haja nenhuma confusão, para que tivesse uma segurança maior”, explicou Anderson.
A equipe também passou a sugestão de desenhar um “alvo” no joelho a ser operado. “A enfermeira me mandou um texto também com recomendações pré-cirúrgicas, como dieta e como ia ser. Nesse texto, tinha a orientação de marcar a perna que ia ser operada”, comentou o geneticista.
“Ainda assim, lá no hospital, eles me perguntaram várias vezes qual joelho eu ia operar. Até na sala de cirurgia, me perguntaram. Eles fazem várias checagens para não cometer nenhum erro”, reforçou.
Ele passou pela cirurgia no último sábado, e no dia seguinte, já foi liberado para ir para casa. “Já estou na fase de recuperação. Eles [médicos] indicam que a gente comece a fazer a fisioterapia logo. Eu não posso pisar no chão durante dez dias, tenho de andar de muleta”, disse.
Protocolo de segurança
Para minimizar a possibilidade de erros no centro cirúrgico, existe um protocolo do Ministério da Saúde de 2013 que traz os passos necessários para garantir uma cirurgia segura. Um deles é para a demarcação em casos onde haja mais de um órgão, direito e esquerdo, ou estruturas múltiplas, como dedos das mãos, dos pés ou a coluna, como explica o médico ortopedista Hildemar Queiroz.
“Existem dois joelhos, então o próprio paciente faz a demarcação do joelho a ser operado. Existe um protocolo, um desenho de um alvo, mas eu já solicito que o paciente no internamento faça a própria demarcação, dividindo a responsabilidade. No caso ele colocou “sim” para ser operado e “não” para não ser operado”, diz.
Com informações do G1