O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), a Delegacia de Assuntos Internos (DAI) da Controladoria Geral de Disciplina (CGD), a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) da Polícia Federal (PF) e a Coordenadoria de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (Coin), deflagraram, na manhã desta quinta-feira (24/08), em Canindé, a Operação “São Francisco”. A ação conjunta prendeu preventivamente quatro suspeitos por crimes de extorsão, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Outras duas pessoas também foram presas de forma temporária. Dentre os suspeitos, estão três policiais militares, uma empresária do ramo de postos de combustíveis, um ex-vereador do município e sua esposa, além de um segurança patrimonial.
Além das prisões preventivas, durante a operação foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos suspeitos. Na ocasião, foram apreendidos três veículos de luxo, além de R$ 15 mil em espécie e quatro armas de fogo. Além da busca e apreensão, a Justiça, após pedido do MP, também determinou a quebra dos sigilos telefônico, telemático, bancário e de informática dos suspeitos, e bloqueio de possíveis valores que estes tivessem em contas bancárias.
A investigação
Conforme investigação do MPCE – através do promotor de Justiça Jairo Pereira Pequeno Neto, titular da 2ª Promotoria de Justiça de Canindé –, da PF – por intermédio do coordenador da FICCO, delegado Igor Conti –, e da DAI/CGD, existe, em Canindé, uma organização criminosa que tem praticado agiotagem, lavagem de dinheiro, além de extorsão e ameaça.
A investigação teve início com a denúncia de uma integrante do esquema que, posteriormente, passou a ser extorquida pelo grupo criminoso para que pagasse valores emprestados a pessoas indicadas por ela ao líder da organização. O grupo criminoso seria liderado por um cabo da Polícia Militar, o qual estaria emprestando dinheiro a juros exorbitantes e, posteriormente, ocultando os valores recebidos de forma ilícita. A referida organização criminosa contava com outros integrantes, que exerciam outras funções no esquema.
O grupo criminoso, que teria começado em 2019, segundo relatório do Conselho do Controle de Atividades Financeiras (COAF), teria movimentado, ilicitamente, cerca de R$ 8,2 milhões.
Nome da operação
A operação recebeu o nome de “São Francisco” em virtude de os crimes terem sido cometidos no município de Canindé, conhecido nacionalmente por ter aquele santo como padroeiro e ser destino de fiéis devotos de São Francisco das Chagas.