Criticado por uns, bem aceito por outro. Assim é o Tribunal de Contas do Ceará (TCE), órgão que julga como prefeitos gastam o dinheiro público que chegam aos cofres das prefeituras. O pente fino na hora de julgar a conduta dos gestores tem um rigor tão grande, que nem mesmo padres escapam.
Tanto é verdade que o ex-prefeito do município de Itapajé, e que também é padre, Francisco Marques Mota, teve sua prestação de contas referente ao ano de 2011 desaprovadas pelo Tribunal. O embargante foi o conselheiro Rholden Botelho de Queiroz.
Na análise, os membros do TCE verificaram que Padre Marques, então prefeito, tinha usado quase meio milhão de reais para o pagamento com pessoal. Esse recurso fazia parte de um montante previsto para ser usado apenas no ano seguinte (2012), mas o ex-gestor antecipou o valor para usar na folha de pagamento.
Quando reprou na manobra o TCE logo condenou a psotura do mandatário municipal, e por essa razão reprovou sua prestação de contas. Padre Marques, em sua defesa, argumentou que não sabia da situação e interpos um embargo de declação, pedindo nulidade absoluta do julgamento de suas contas. Não teve jeito: os embargos foram rejeitados.
Como é apenas um órgão de análise, o TCE apenas envia e sugere às Câmaras Municiais que aprovem ou não as prestações de conta. O pedido do Tribunal à Câmara de Itapajé é para que as contas sejam rejeitadas. Se assim for, o político poderá sofrer sanções penais e até legais, como perda dos direitos políticos e o direito de se cadidatar.