Na última semana o nome aspartame entrou no radar da população. Seja para os que levam uma vida mais saudável, ou mesmo para os que sequer pisam em uma academia, a substância encontrada em alimentos doces e adocantes, como a Coca Cola zero e o Zerocal, roubou a atenção da população depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) a classificou como possivelmente cancerígena.
O aspartame virou polêmica depois que a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc, na sigla em inglês), declarou que ela possivelmente pode causar câncer. Um novo estudo que concluiu esse dado foi feito por um grupo de 25 especialistas de 12 diferentes países.
Como ele é um tipo de composto químico encontrado facilmente em produtos da categoria de Zero Açúcar ou Diet, como refrigerantes, sucos, cappuccino, iogurtes, barras de cereal e chicletes, muita gente ficou preocupada. Atualmente a agência americana reguladora de alimentos, a FDA, uma das organizações mais respeitadas do mundo, indica que o consumo diário não deve passar das 50mg por cada quilo.
Mas a polêmica está na seguinte questão: afinal, uma recomendação dos Estados Unidos vale aqui para o Brasil? Ainda que a FDA seja referência no mundo, existe uma parte que deve ser vista com bastante atenção: o estudo não chegou a um consenso sobre os males dos adoçantes e sua direta ligação com o câncer. A OMS usa uma escala que vai de 1 a 4 para classificar o risco dos alimentos, e o aspartame está no nível dois.
Além disso há um detalhe pertinente: quem dá as ordens no Brasil e diz se um alimento é perigoso ou não é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e não a FDA ou a OMS. Muito pelo contrário: ontem, (sexta, 14), a Anvisa reforçou através de nota que o consumo de aspartame continua sendo recomendado no Brasil.
De acordo com a Anvisa “não há alteração do perfil de segurança para o consumo do aspartame” e disse que “seguirá acompanhando atentamente os avanços da ciência sobre o tema”.
Essa recomendação vinha sendo aguardada desde junho, quando a OMS publicou novas diretrizes sobre o uso de adoçantes e passou a não recomendar o uso desse tipo de produto para controle de peso ou como estratégia para reduzir o risco de doenças não transmissíveis.