A data de cinco de outubro de 1989 é marcada por um dos fatos políticos mais importantes do Ceará: foi o dia em que a Assembleia Legislativa do Ceará promulgou a Constituição do Estado, o documento que rege, até hoje, com as devidas alterações e atualizações, as leis e diretrizes cearenses. E Everardo Silveira, então deputado estadual, estava lá.
Tudo teve início ainda em 1988, mesmo ano em que Ulisses Guimarães, promulgou a Constituição da República. No dia 18 de outubro daquele ano, eleita a mesa diretora para a elaboração da constituinte. Everardo Silveira integrou os trabalhos inicialmente como membro da Comissão de Sondagens e Proposições.
Meses depois, Silveira acumularia mais uma função, o de relator da Comissão de Elaboração e Integração de Textos, depois que o então deputado e relator, Alceu Coutinho, havia pedido renúncia em junho de 1989. Everardo Silveira foi eleito por aclamação.
Mais tarde, quando os trabalhos estavam encerrados, Silveira foi também integrado à comissão de Revisão Final, que tinha a responsabilidade de analisar catelosamente os textos a partir das propostas dos deputados, que formariam as bases das leis que entrariam em vigor dali em diante.
Questionamentos
Dentro do contexto político, uma vez que tinha a missão de colher as propostas dos deputados, e avalisar se elas eram ou não coerentes para se transformarem em uma medida da Constituinte Cearense, Everardo Silveira chegou a ser questionado pela lisura do seu trabalho.
“naquela época, fui questionado como era que um médico ia ser relator da Constituinte? Eu respondi o seguinte: o médico tem bom senso, o médico pra dizer se opera ou não opera, tem de ter bom senso, eu tenho bom senso. É tanto que quando terminou a Constituinte, eu fui aplaudido por todos os partidos”, conta.
Everardo Silveira não titubeou quando, em 2019, para o site da Assembleia Legislativa, perguntado sobre qual o fato de sua vida política ele mais se honrava: “Pra mim foi uma honra, uma glória, foi a coroação da minha vida como político, que eu fui prefeito, fui deputado, e a Constituinte foi um sonho realizado”.
O ex-deputado estadual deixa um legado familiar, sendo pai de seis filhos e avô de oito netos. Sua trajetória política foi marcada por quatro mandatos como deputado estadual, além de ter ocupado os cargos de vice-prefeito de Ibaretama e prefeito de Quixadá, ambas cidades localizadas no Sertão Central.