O policial civil Antônio Alves Dourado, de 44 anos, acusado de matar quatro colegas policiais em uma delegacia no município de Camocim, tem histórico de descumprimento de ordens, vinha se envolvendo em constantes discussões, possuía problemas de relcionamento com colegas e tinha um laudo emitido por uma psicóloga para se afastar do trabalho por 15 dias, o que ele não fez.
Esses detalhes foram confirmados em apurações jornalísticas feito pelos jornais O Povo e Diário do Nordeste. O velório e o sepultamento de Antônio José Rodrigues Miranda, Antônio Cláudio dos Santos e Francisco dos Santos Pereira ocorreu em Fortaleza nesta segunda-feira (15). Já o inspetor Gabriel de Souza foi sepultado em Teresina no Piauí.
Dourado, o policial que matou os colegas, “tinha problemas de relacionamento e já tinha sido transferido algumas vezes”. Foi o que declarou o delegado-geral da Polícia Civil do Estado, Márcio Gutiérrez. Um inquérito aberto para apurar a conduta do policial civil também vai confirmar indícios de que ele costumava descumprir as determinações legais que eram atribuídas a ele.
Antes da tragédia o policial civil teria sido dispensado do serviço, o que o inquérito também deverá confirmar. O secretário da Segurança Pública do Ceará, Samuel Elânio, disse que havia em curso uma movimentação para que ele fosse transferido de Delegacia.
Na quinta-feira (11) antes da chacina, Antônio Alves Dourado teria recebido um laudo de uma psicóloga atestando a necessidade dele se afastar das funções laborais por 15 dias. De acordo com detalhes do jornal O Povo ele era acompanhado por um profissional de psicologiahá um ano e tinha diagnóstico de depressão e ansiedade.
Dourado teria pulado o muro da delegacia e matado os colegas friamente, enquanto dormia em redes. Um dos quatro policiais mortos ainda tentou fugir, mas foi alvejado. Um botijão de gás foi encontrado no recinto. O objeto teria sido levado por Dourado, o que indica para a Polícia que ele pretendia matar a todos ou mais pessoas.
Depois do crime ele fugiu em uma viatura mas abandonou o veículo em frente a um posto de saúde. Depois gravou um vídeo em frente a sua residência onde afirma que tinha surtado e que o diabo iria encontrar os policiais que ele tinha matado. Ele ainda falou na gravação que era vítima de perseguição e de assédio moral de seus superiores. Logo depois, Dourado se entregou.
Nesta segunda-feira (15) ele passou por uma audiência de custódia e teve a liberdade provisória negada pelo juiz, portanto, Dourado deve ficar preso. A detenção foi convertida em preventiva.