Novo bispo da Diocese de Quixadá foi nomeado depois de 16 meses de Sé Vacante; entenda

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dom Ângelo Pignoli renunciou ao cargo de bispo diocesano após completar 75 e pedido foi aceito pelo papa Francisco (Foto: reprodução Diocese de Quixadá)

Quixadá: O mais alto cargo da Diocese de Quixadá ficou durante 16 meses Vacante. Esse é o termo utilizado pela Santa Sé ao período em que a Sé episcopal de uma Igreja particular está sem ocupante. Isto significa que para uma diocese, o bispo diocesano faleceu, renunciou, foi transferido ou perdeu seu ofício. A palavra vem do latim e significa “trono vazio”.

Foi exatamente o que aconteceu com a Diocese de Quixadá, desde o dia 15 de dezembro de 2021 a organização religiosa que rege os municípios do Sertão Central estava sem um bispo. A nomeação, que era aguardada com grande expectativa pelos quixadaenses, veio nesta quarta-feira (10).

Dom Aurélio Pinto, atual bispo da Diocese de Quixadá (Foto: reprodução)

O então padre e agora bispo, Aurélio Pinto de Sousa, atualmente pároco da paróquia Nossa Senhora da Assunção, em Viçosa do Ceará (CE), que pertence a Diocese de Tianguá, vai assumir o cargo deixado por Dom Ângelo Pignolli e se tornar o quarto bispo da história de Quixadá.

Renúncia

O pedido da renúncia de dom Ângelo Pignolli veio no dia 15 de dezembro de 2021 e se deu em função da sua idade. Conforme o Código do Direito Canônico da Santa Sé, quando completam 75 anos, os bispos possuem o direito de pedir o afastamento de suas obrigações junto a igreja. A determinação está no Cân. 401 do documento da Igreja Católica. “Roga-se ao Bispo diocesano, que tiver completado setenta e cinco anos de idade, que apresente a renúncia do ofício ao Sumo Pontífice“, o qual providenciará depois de examinadas todas as circunstâncias.

Depois que o Papa Francisco aceitou o pedido de Dom Ângelo a Diocese passou pelo período chamado Sé Vacante, ou seja, quando não tem oficialmente um Bispo para comanda-la. Os trabalhos administrativos eram realizados pelo administrador diocesano, Padre Francisco Otaviano.

Processo sigiloso

A escolha de um bispo é um dos processos mais sigilosos da Igreja Catolica, como aliás são quase todos os processos da Santa Sé, uma vez que leva em conta dezenas de fatores, também sigilosos. Por conta de tudo isso, não há prazo estipulado para que isso ocorra, podendo durar meses ou até anos.

Pe. Francisco Otaviano (à esq.) perguntou sobre novo bispo de Quixadá, e Papa respondeu que já estaria cuidando do assunto (Foto: divulgação/Diocese de Quixadá)

Um exemplo está na Diocese de Iguatu. O padre Geraldo Freire Soares, missionário redentorista, foi nomeado bispo um ano e três meses depois que o cargo estava Vacante. Dom Edson de Castro Homem teve o pedido de renúncia aceito pelo Papa Francisco em 24 de fevereiro de 2021, e a nomeação de Geraldo só ocorreu em maio de 2022.

Em Maio do ano passado, o Revista Central mostrou com exclusividade, que durante um encontro no Vaticano, Francisco Otaviano havia conversado com o papa Francisco sobre a situação de Quixadá. Francisco teria dito que a nomeação do novo bispo de Quixadá está em andamento, mas que é um processo demorado.