Maior dos medos do sertanejo, Seca chega ao fim no Ceará com chuvas e açudes cheios

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Seca relativa sumiu do mapa, literalmente, com registro de chuvas (Foto: João Mendes Campos)

A chuva veio com força em 2023. É impossível negar, porque para onde você olha tem um riacho cheio, um rio transbordando, um açude sangrando. E o resultado disso é mais um dado otimista: o Ceará está sem nenhuma área com vegetação seca. O maior dos medos do sertanejo foi exterminado e já não está mais entre nós. A seca acabou no Ceará, pelo menos por enquanto.

Essa informação partiu da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos do Ceará (Funceme). Desde 2014 o órgão passou a utilizar o Monitor das Secas, um instrumento que acompanha os diferentes graus de seca em todo o Nordeste.

Os graus de intensidade variam numa escala de seis diferentes modos, sendo a Seca relativa quando ela não existe mais em um território e seca excepcional o mais grave dos graus.

De acordo com a Funceme a atualização mais recente do Monitor aponta redução da seca fraca no Ceará, indicando ausência de impactos de seca no curto e longo prazos. O cenário é o mais positivo desde 2014, quando a ferramenta foi implementada.

Em outras palavras: em nenhum território equivalente aos 184 municípios cearenses, existe neste momento o registro de área que se diga seca, inapropriada para manuseio do plantio ou da atividade agrícola. Todo o Ceará está livre do período seco.

Os dados mostram que em fevereiro o Estado apresentava 4,81% do seu território classificado com seca fraca, que, na ocasião, indicava impactos de longo prazo como diminuição do plantio, crescimento de culturas ou pastagem, além de alguns déficits hídricos prolongados. Já no mapa mais recente, o Monitor indica que o Ceará não apresenta seca relativa.

O cenário positivo se dá, principalmente, com as chuvas mais expressivas dos últimos meses, como em março, cujo observado de 300 milímetros foi o maior desde o ano de 2008, o cenário sofreu alteração. Açudes sangrando e precipitações responsáveis pela cheia de pequenos açudes, também favoreceram esse registro.

Esta tendência da redução na seca relativa já vem sendo observada desde o mês de outubro do ano passado. Naquele período o Estado apresentava 32,21% do seu território com a classificação mais branda da seca. Em dezembro do ano passado esse quadro evoluiu ainda mais e passou a apresentar 28,5%, ou seja, uma variação absoluta de 3,71%.

No estágio de seca fraca, espera-se veranico de curto prazo diminuindo plantio, crescimento de culturas ou pastagem ou ainda déficits hídricos prolongados, pastagens ou culturas não completamente recuperadas.