Grupo criminoso que comandava apostas esportivas é alvo de operação

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Grupo criminoso que comandava apostas esportivas e “jogo do bicho” é alvo de operação no Ceará. — Foto: Irineu Junior/Secop Suzano

O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) deflagrou nesta sexta-feira (28/04), em parceria com a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), mais uma fase da Operação Jogo Incerto, de combate à atuação das organizações criminosas em jogos esportivos e de azar nos municípios de Apuiarés e Pentecoste. A operação cumpriu quatro mandados de busca e apreensão domiciliar e de 10 mandados de prisão temporária.

A operação foi liderada pelo promotor de Justiça Jairo Pequeno Neto e pelo titular da Delegacia Municipal de Pentecoste, delegado Ronivaldo de Oliveira. Os alvos da operação estavam sendo investigados em inquérito que apura a prática de associação criminosa e crimes conexos praticados pelo grupo, incluindo tentativas de homicídio, roubos, ameaças, incêndio criminoso, entre outros. As casas de jogos de apostas esportivas e do “jogo do bicho” que fazem parte do esquema criminoso se localizam na região do Vale do Curu, especificamente nos municípios de Apuiarés e Pentecoste. Os envolvidos usavam armas de fogo para impor o encerramento das atividades do “jogo do bicho” e de apostas esportivas para, após certo período, os estabelecimentos serem reabertos com a suposta autorização da organização criminosa. Desse modo, ficou evidente a ligação entre os proprietários das casas de jogos e a organização criminosa.

De acordo com o promotor de Justiça Jairo Pequeno Neto, os envolvidos atuavam na monopolização dos jogos por meio de extorsões. “Nosso objetivo é desestruturar financeiramente a organização criminosa. A Polícia Civil e o Ministério Público vêm mapeando e desestruturando a união de uma determinada organização criminosa com os jogos de azar na capital e interior do Ceará”, pontuou.

As medidas judiciais foram expedidas pelo 4º Núcleo de Custódia da Comarca de Caucaia. Foram cumpridos mandados contra Marco Antônio Bastos Gomes, João Victor Feitosa Rodrigues Rebouças, Paulo Laércio Bastos Gomes, Márcio José de Lima Souto, Wallacy Bruno Oliveira Góes, Pedro Gadelha Góes, Antônio Gleiberson Rosa de Sousa, Wivo Pinto de Freitas, Ian Pinto de Freitas e Antônio Francileudo Saldanha de Sousa. Além do MPCE, a ação reuniu policiais civis da Delegacias de Pentecoste, de Uruburetama, de Itapajé e das Delegacias Regionais de Itapipoca e de Canindé, com apoio da Coordenadoria Integrada de Planejamento Operacional (Copol), do Departamento de Inteligência Policial (DIP) Norte e da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE) da Polícia Civil.

Primeira fase

Em 29 de julho de 2022, o MP Estadual, também em parceria com a Polícia Civil do Ceará, deflagrou a primeira fase da Operação Jogo Incerto. À época, a organização criminosa era suspeita de coagir proprietários e funcionários de casas de jogos no Ceará. A associação, de origem do Rio de Janeiro, foi investigada por impor o encerramento de diversas atividades de apostas esportivas e do popularmente conhecido “jogo do bicho” e, posteriormente, reativá-las sob o comando da organização.

Na ocasião, foram cumpridos 15 mandados, sendo seis de prisão temporária e nove de busca e apreensão, nos municípios de Apuiarés, Pentecoste e Itapipoca, localizados no Vale do Curu. Os alvos dos mandados são investigados pelos crimes de associação criminosa e extorsão. No MP, a operação foi liderada pelo promotor de Justiça Jairo Pequeno Neto. Um dos presos era investigado por ameaçar e coagir proprietários e funcionários ligados aos jogos; outro era gerente dos negócios; e os outros quatro presos eram donos de estabelecimentos, que aderiram à proposta da facção. A operação apreendeu ainda maquinários de aposta, dinheiro e um veículo Fiat Toro.