Região Central: A mobilização de um grupo de empresários pode ter obtido resultados totalmente inesperados, no tocante a construção de uma Unidade Prisional de Ensino, Capacitação e Trabalho em Quixadá. Eles levantaram a bandeira “hospital sim, presídio não”, contra o projeto do Governo do Estado que está em curso.
A unidade prisional destinada exclusivamente para detentos dos regimes semiaberto e aberto, serviria à proposta de colocar lá dentro, pessoas que são monitoradas por tornozeleira eletrônica. O projeto prevê a oferta de cursos de capacitação pela manhã e abrigar os detentos a noite. A proposta vai de encontro a uma das mais frequentes críticas da população, que vê esses detentos como se vivessem livres, sem cumprir pena alguma. A construção estaria orçada em cerca de R$ 50 milhões. A unidade teria cursos de capacitação e trabalho para os detentos, e a noite seriam recolhidos em suas celas.
O secretário da administração penitenciária, Mauro Albuquerque, chegou a garantir que três empresas passariam a funcionar dentro da unidade, planejada para ser erguida em um terreno há quase 10 quilômetros da cidade. Diante da mobilização, o projeto ficou parado e sem pouca chance de ser executado. Falta apenas o cessão do terreno.
Com o impasse, a Secretaria da Administração Penitenciária reformou e reativou a unidade prisional de Quixadá, situada no centro da cidade, classificando-a como “Centro de Triagem” de toda a região do Sertão Central e Vale do Jaguaribe. O objetivo inicialmente é abrigar os presos após as audiências de custódia, até o surgimento de vagas nos presídios de grande porte.
Na prática, é como se o prédio atualmente reativado, funcionasse como o centro de triagem que existe em Caridade. Mas o temor é que com a ativação do antigo presídio de Quixadá, a construção da Unidade Prisional de Ensino, Capacitação e Trabalho, demore e possa até não sair do papel. Se esse cenário se confirmar, a coisa fica como está: centenas de pessoas cumprindo pena em tornozeleiras (livres de 6 às 18h), muitos até praticando crimes, para agravar, e com uma unidade prisional novamente funcionando no centro da cidade.