Cearense preso por aliciar jovens para trabalho escravo ostentava vida de luxo em redes sociais

compartilhar no:
André Luis Sales Cunha, de 24 anos, preso por suspeita de aliciar pessoas para trabalho análogo à escravidão na Ásia, em foto em Dubai. — Foto: divulgação

O cearense André Luis Sales Cunha, de 24 anos, preso por suspeita de levar jovens para trabalhar em situação semelhante à escravidão em Mianmar, no leste asiático, ostentava nas redes sociais com fotos de viagens internacionais e passeios.

O mandado de prisão preventiva contra André foi cumprido na quinta-feira (1º). Ele foi capturado pela Polícia Federal com apoio da Interpol (Polícia Internacional), no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, quando retornava ao Brasil.

O cearense foi identificado pela PF durante investigações após o resgate de dez jovens brasileiros, sendo seis de Sobral, cidade do interior do Ceará onde o suspeito nasceu.

Nas postagens do Instagram, André aparece em fotos em Paris, esquiando em uma pista de gelo artificial nos Emirados Árabes, passeando de lancha em Dubai e assistindo a um jogo de futebol em um estádio de Portugal.

Conforme informações da polícia, André recebia de um grupo criminoso de Mianmar 500 dólares para cada jovem recrutado que ele conseguia levar.

A imagem de homem bem-sucedido era um dos artifícios usados pelo suspeito para atrair as vítimas para fora do Brasil com a promessa de um emprego dos sonhos na Tailância, incluindo 1,5 mil dólares por mês de salário, sem custos de moradia ou alimentação.

Os jovens aceitavam essa proposta, mas quando chegavam na Tailândia, a realidade era totalmente diferente. De lá, as vítimas foram levadas a Mianmar, para uma espécie de cativeiro, onde foram obrigadas a trabalhar numa condição análoga à escravidão.

Com apoio logístico do Ministério das Relações Exteriores, dez brasileiros vítimas da organização criminosa foram resgatados em Mianmar e repatriados.