Mais de 24 horas depois da vitória de Lula, Bolsonaro ainda não fez aparição ou declaração pública

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O presidente ainda não reconheceu publicamente a vitória do opositor, Lula. (Foto: Redes Sociais)

Eleições 2022/Nacional: Passado mais de 24 horas depois que o resultado das urnas no segundo turno, confirmou a vitória do candidato Lula do PT, e a derrota de Jair Bolsonaro à reeleição, o presidente da república ainda não se pronunciou oficialmente, não fez aparições públicas e também não reconheceu ou cumprimentou o adversário pela reconhecida vitória.

Historicamente a diplomacia política brasileira tornou uma tradição o gesto de um candidato derrotado ligar para o candidato vencedor, ainda que o derrotado seja quem esteja no poder, como é o caso de Bolsonaro. Desde o período da democratização do Brasil isso se tornou um costume. Não há registros de nenhum presidente que tenha deixado de ligar para um candidato vencedor. Bolsonaro faz isso pela primeira vez na história.

Domingo, às 19h57, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou matematicamente a vitória de Lula sobre Bolsonaro. Àquela altura ainda restavam pouco mais de um por cento dos votos a serem apurados em todo o Brasil, mas era impossível Bolsonaro alcançar Lula e conseguir a vitória. Desde então o presidente não fez nenhuma aparição pública, nem no cercadinho a seus apoiadores e não fez nenhuma declaração nas redes sociais. A colunista da GloboNews, Andréa Sadi, afirmou que Bolsonaro “se fechou em copas”.

No domingo, pouco depois das 22h, quando a vitória de Lula já tinha sido confirmada, cinegrafistas da TV Globo flagraram o exato momento em que as luzes do Palácio da Alvorada eram desligadas. A jornalista Julia Dualibi escreveu em seu blog no G1 que Bolsonaro tinha ido dormir e se negado a falar ou atender telefonemas de ministros. Nesta segunda-feira (31) ele só teve um único compromisso oficial de agenda, com o ministro da economia, Paulo Guedes.

Se Bolsonaro ainda não apareceu publicamente porque pretende questionar o resultado das eleições, como ventilou em diversas hipóteses durante seus discursos no segundo turno, seus principais apoiadores fizeram o contrário. O governador eleito de São Paulo e ex-ministro de Bolsonaro, Tarcísio Freitas, afirmou que a “vontade das urnas é soberana”. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), aliado de Bolsonaro, afirmou na noite de domingo (30) que a decisão dos brasileiros de eleger o candidato Lula “jamais deverá ser contestada”.

Apesar de não aparecer em público ou nas redes sociais, como fazia costumeiramente, dois de seus quatro filhos, e sua esposa, Michele Bolsonaro, deram declarações ontem. Michelle e Bolsonaro viraram um dos assuntos mais discutidos do Twitter nesta segunda, depois que internautas descobriram que os dois não se seguiam mais. Evangélica, mais tarde ela contestou as hipóteses de separação e compartilhou um salmo bíblico. “Porque a sua benignidade é grande para conosco, e a verdade do Senhor dura para sempre”.

Flávio Bolsonaro, o filho 01 do presidente, escreveu duas mensagens. A primeira, pouco antes das quatro da tarde de segunda, dizia: “Obrigado a cada um que nos ajudou a resgatar o patriotismo, que orou, rezou, foi para as ruas, deu seu suor pelo país que está dando certo e deu a Bolsonaro a maior votação de sua vida! Vamos erguer a cabeça e não vamos desistir do nosso Brasil! Deus no comando!”, escreveu ele no Twitter. Mais tarde, Flávio publicou novamente no Twitter: “Pai, estou contigo pro que der e vier!”.

O filho 04 e que pouco parece entre o clã Bolsonaro, Jair Rennan, publicou uma mensagem por volta de meia-noite de segunda para terça (1). “O diabo me viu de cabeça baixa e sorriu, mas só até eu dizer amém. Verás que teu filho não foge à luta! Eu carrego Bolsonaro em meu nome!”, escreveu ele em um story no Instagram. Carlos e Eduardo ainda não falaram nada, apesar de terem presença forte nas redes sociais.