Alinhada com ‘Cabeça do Choró’, base de oposição é eleita para presidência da Câmara de Vereadores de Choró

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Nova composição da casa legislativa deve liderar os trabalhos no biênio 2023/2024 (Foto: Jhonatas Oliveira)

Região Central: A base de oposição da Câmara de vereadores de Choró ganhou mais uma vez a eleição para a Mesa Diretora da casa legislativa. O vereador Antônio Francisco Delmiro será o próximo presidente para o biênio 2023/2024. A nova chapa foi eleita por unanimidade e deve fazer oposição firme aos dois últimos anos do governo de Marcondes Jucá.

A sessão ordinária para a eleição da nova composição legislativa ocorreu na manhã desta terça-feira (25). Liderada por Delmiro a nova presidência será governada ainda por Francisco Albino Bernardino Alves no cargo de vice-presidente e Francisco José Vidal de Queiroz, como secretário. Os três compõem a base oposicionista da política choroense no legislativo e contam com o apoio do empresário Cleylton Ferreira da Silva, conhecido como Cabeça do Choró.

O empresário chegou a se candidatar para o cargo de prefeito nas eleições de 2020 e por muito pouco não venceu as eleições. O grupo de oposição denominado por “Amor a Choró” tem mostrado uma força surpreendente. Cabeça, hoje declarado oposição ao prefeito Marcondes Jucá, conseguiu um grande feito nas últimas eleições gerais, uma votação histórica na cidade a seus deputados: Yury do Paredão 2.372 votos, Felipe Mota com 2.105 voos. Na história do município nem mesmo os administradores da cidade conseguiram uma votação tão expressiva.

A relação de alinhamento com os projetos político de Cabeça do Choró e com a próxima mesa diretora promete trazer dores de cabeça ao prefeito Marcondes Jucá. Até então a oposição na Câmara de Vereadores não estava tão articulada, como nos últimos meses. O cenário agora é outro e se redesenha justamente num período delicado: Jucá foi reeleito em 2020 e portanto não pode mais se candidatar. Ao que tudo indica ele deverá tentar eleger um sucessor, uma tarefa que, politicamente falando, não é tão fácil quanto tentar uma reeleição.

Dentro dessa conjuntura de apresentar um nome que lhe represente, a bancada de oposição da Câmara terá voz em maioria. Na prática isso significa que em 2023 e 2024 as contas públicas, orçamentos e projetos de Jucá não devem encontrar um caminho tão livre como o que ocorria quando os vereadores aliados eram os que governavam a casa.

Faz bem lembrar que a mesma chapa eleita na terça-feira já tinha sido escolhida em votação no último dia 30 de agosto. Naquela ocasião a base do prefeito Marcondes Jucá sequer havia registrado uma chapa: Francisco Delmiro disputava uma eleição contra ninguém, mas a eleição foi anulada por força de uma liminar da Juíza Giselli Lima de Sousa Tavares, da 1ª Vara Cível da Comarca de Quixadá, impetrada pela vereadora Joana Darc Costa Silva Schweizer, aliada do prefeito.

De acordo com a juíza Giselli Lima os prazos entre o registro da chapa e a realização da sessão foram menores do que o que manda a lei. “Ou seja, realizou-se a convocação para eleição da mesa diretora, sem observância de prazo”, disse a juíza em decisão.

Desta vez, ao que tudo indica, a eleição ocorreu de forma legal. Bom para a oposição choroense e ruim para Jucá. Se antes seus projetos corriam livremente como água em um rio sem pedras, agora ao que tudo indica, ele vai encontrar pedras e mais pedras pelo caminho, que deverão ser uma espécie de lupa para ver de perto suas intenções e interesses.