Alegando situação financeira insustentável, Faculdade Cisne encerra atividades em Quixadá

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Faculdade foi fundada em 2015 e fechou as portas depois de sete anos alegando dificuldades financeiras (foto: divulgação/arquivo)

Quixadá: Depois de adiar o início do semestre de 2022.2 por quatro vezes, fazer reuniões com alunos, atrasar salário de trabalhadores e tentar negociar a venda da instituição para uma outra empresa, a Faculdade Cisne de Quixadá comunicou que vai paralisar suas atividades. Os prejuízos “tornaram inviável a manutenção da atual gestão”, disse a Cisne em nota.

A informação veio em nota postada nas redes sociais da instituição. “De todas as formas lutamos e tentamos viabilizar a continuidade do funcionamento da nossa instituição, tendo à frente nossa administração. Porém, vários fatores internos e externos, foram altamente danosos à nossa estrutura financeira”, disse a Cisne, uma realidade, segundo ela, “fragilizada desde sempre”.

Se dirigindo a alunos, professores, colaboradores e sociedade em geral, a Cisne afirma que os danos impactaram de forma significativa a gestão e a administração. Na nota a faculdade fala pela primeira vez de forma clara e aberta, a tentativa de negociação com outra instituição mantenedora, mas que não tem uma previsão de data para isso acontecer.

Drama

No início deste mês o Revista Central mostrou o drama de alunos que buscavam uma resposta sobre o retorno da aulas. Em documentos e conversas as quais o RC teve acesso, as aulas estavam marcadas para retornar dia 8 de agosto, o que não ocorreu. Foi remarcada para dia 22, o que também não aconteceu. A Cisne deu uma nova data, remarcando para dia 1° de setembro e não deu início às aulas.

Pela quarta vez o retorno foi remarcado para dia 14 de setembro, ontem, o que não aconteceu. Ao invés de salas de aula abertas, o comunicado na internet. Uma das alunas que conversou conosco e denunciou o descaso no último dia 1º de setembro, afirmou que alguns alunos tiveram que trancar o curso. Muitos tiveram despesas com o distrato de aluguel, uma vez que eram de outros municípios e moravam em Quixadá para estudar na Cisne.

“nós já temíamos que algo assim viesse a acontecer. Todo semestre era um medo de não voltar às aulas, da faculdade fechar e etc. Dessa última vez, foi o caos total, tivemos que recorrer à transferência para não deixar de estudar nem perder fies/prouni devido ao prazo”, relata uma das alunas, sob anonimato.

“Eu e mais alguns colegas, solicitamos isso e já estamos cursando o semestre em outra instituição que recebeu as nossas disciplinas aqui na cidade. Mas outros alunos não tiveram essa oportunidade, precisaram ir para outras cidades, principalmente para a capital a fim de terminar o curso. Outros trancaram mesmo o curso”, completou a estudante.

Enquanto a Cisne provoca agora um maremoto de instabilidade na vida de jovens estudantes, muitos estão buscando rever as três mensalidades pagas via Fies, no período em que não tiveram aulas. “Neste momento tão difícil para todos, pedimos, se possível, compreensão, empatia e solidariedade, ao tempo em que nos colocamos a disposição para dirimir qualquer dúvida”.