Quixadá: Uma cena inusitada, daquelas que só se vê em filmes ou em casos de novela, aconteceu no final da manhã desta segunda-feira (15), no Centro do município de Quixadá: uma mãe deu a luz na calçada de uma farmácia, em frente a praça José de Barros. O parto foi realizado com a ajuda de um técnico em enfermagem que passava pelo local e com a ajuda da funcionária da farmácia.
A criança nasceu com o auxílio de um jovem de 31 anos, formado em técnico em enfermagem, Conde Samuel Paiva. Por telefone ele contou ao Revista Central que passava pelo local para ir à Central de Marcação quando viu a cena inusitada. “De repente eu vi umas pessoas juntando e eu pensei que tivesse sido acidente”, conta. Foi naquela hora que Samuel teve que colocar na prática, a teoria do que viu no curso técnico que fez oito anos atrás.
Por alguma razão a mulher não conseguiu chegar a tempo à Maternidade e Samuel contou que a bolsa com o liquido aminiótico estourou, fazendo a mulher entrar em trabalho de parto. “Entao eu disse: quero luva, gaze, uma manta, se alguém puder tirar a blusa, tire. O único da area da saude era eu, e a assistente da farmacia veio para auxiliar”. Tudo durou cerca de vinte minutos, conta o profissional técnico, e os utencilhos foram doados pela farmácia.
Logo que nasceu, por volta de 11h45, a criança não chorou. “Eu fiquei preocupado porque ela não chorava e tive que fazer a palmadinha e ela de repente chorou”, conta Conde Samuel Paiva. Por sorte, um carro do Corpo de Bombeiros passava pelo local no momento exato e levou a mulher para o Hospital e Maternidade Jesus Maria José, onde foi atendida.
Procurada, a Maternidade informou que não pode repassar detalhes do paciente. Insistimos, tendo em vista que as condições de saúde da mulher se tornaram públicas, uma vez que foram reconhecidas por todos já que o parto aconteceu no centro de uma cidade. Ainda assim, a assessoria de imprensa da Maternidade não respondeu aos nossos questionamentos.
Samuel Paiva detalhou que a mulher estava bem e que sua única preocupação era com o quadro de saúde dos seus outros filhos que a acompanhavam. Ele não soube explicar por qual razão ela deu a luz ali mesmo, mas desconfiou que ela soubesse que estava grávida. “A mãe não sabia o sexo da criança, foi eu quem disse: ‘é uma menina’ “, relata.
A reportagem não conseguiu contato com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Quixadá para saber se eles foram acionados, e se sim, porque não chegaram a tempo de socorrer a mulher. O nome dela não foi divulgado. Samuel se diz orgulhoso e acredita que o gesto sirva para creditar mais confiança e credibilidade nos profissionais técnicos. “Precisamos de mais atenção dos governantes para a nossa classe, também temos uma função importante”, pontua o profissional.