Quixeramobim: A quantidade de livros ao certo, ele não sabe. “Foram tantos, entre de minha autoria e co-autoria, que fica difícil de saber”, brinca. Mas o sucesso de Bruno Paulino, o escritor cearense natural de Quixeramobim, tem levado o jovem a ir cada vez mais longe levando seu trabalho. Seu mais novo lançamento acontece durante a Bienal do Livro em São Paulo, um dos mais expoentes eventos literários do País.
“Os Milagres de Conselheiro” narra os supostos milagres atribuídos a Antônio Conselheiro, o líder a quem a história credita a chamada Revolução de Canudos. “A gente estuda o lado místico de Antônio Conselheiro, seus supostos milagres e exploramos a figura mística, o sebastianismo e o catolicismo tradicional, questões pertinentes ao Conselheiro”, explica Bruno Paulino.
O lançamento acontece no próximo dia 8 de julho, no espaço Cordel e Repente, dentro da Bienal do Livro. O evento chega a sua 26º edição e começa neste sábado (2) indo até o próximo dia 10 de julho. Com o retorno do modo presencial, a expectativa é de 600 mil pessoas, conforme a Câmara Brasileira do Livro (CBL). “A bienal é superinteressante porque é considerada a maior da América Latina, então tem uma grande relevância e aceitação do público”, destaca o escritor de Quixeramobim.
Mas não é apenas pela magnitude do evento que o lançamento deste livro é importante. Para Bruno Paulino há, antes de tudo, um caráter emotivo pela figura de Arievaldo Viana, poeta e escritor que escreveu o livro junto com ele. Arievaldo morreu durante a pandemia da Covid-19 em 2021 e “Os Milagres de Conselheiro” foi seu último trabalho em vida.
“O Arievaldo foi um grande poeta popular, cordelista e meu parceiro, inclusive o ultimo livro que ele lançou em vida. A gente queria fazer um trabalho junto, porque a gente tinha uma relação muito forte e o Arievaldo foi meu grande mestre. Então a ideia surgiu a partir do tema do Conselheiro, que interessava aos dois”, conta Bruno Paulino.
Arievaldo Viana será homenageado com o sarau no espaço Poesia e Repente, onde o livro será lançado. Foram os próprios organizadores de São Paulo que convidaram Bruno para lançar o livro no evento. Além de escrever, Arievaldo ainda fez ilustrações que estão no livro, trabalho que é complementado pelas ilustrações de Joel Oliveira.
“O livro nasce a partir da leitura de um outro livro, que é o Capitão Jagunço, de Paulo Dantas, onde ele relata episódios dessa natureza e a gente começou a desenvolver junto a alunos, numa oficina de cordel, e depois a gente finalizou o texto. O Arievaldo ilustrou, tem também ilustrações do Joel Oliveira, e ficou um livro muito bonito”.
Na agenda em São Paulo, Paulino ainda participa do lançamento de seu cordel, Euclides da Cunha e Os Sertões, na Casa de Euclides da Cunha, em São José do Rio Pardo, no dia 7 de julho. Paralelo ao lançamento ele conduz uma palestra sobre a relação do autor com a literatura popular como fonte de pesquisa histórica.