Quixadá: Os detalhes revelados pela Polícia Civil mostram que o técnico de informática natural de Quixadá, apontado como suspeito de extorquir mais de 400 mulheres, tinha a seu dispor uma verdadeira teia digital que lhe permitia agir sem deixar rastros. Para cometer o crime, ele acessou a internet quase 50 mil vezes e tinha 31 contas de WhatsApp.
Matheus Fernandes Alves, de 27 anos, foi preso preventivamente na última sexta-feira (8), suspeito de cometer oito diferentes crimes: extorsão, perseguição, falsa identidade, falsidade ideológica, divulgação de foto íntima, lavagem de dinheiro, constrangimento ilegal e estupro tentado na modalidade virtual. Suas vítimas eram de Fortaleza, Pacajus e Quixadá.
Segundo a Polícia Civil Matheus agia de forma fria: criava perfis falsos em redes sociais e alegava ter imagens íntimas das vítimas e cobrava uma quantia em dinheiro para não expô-las. Como era técnico de informática foi constatado ainda que o homem realizava os crimes logado em celulares de clientes, pois como ele trabalhava consertando aparelhos celulares, ele aproveitava e colocava os chips nos aparelhos dos seus clientes, com o objetivo de não ser rastreado.
O investigado ainda ficava online em diversos dispositivos gratuitos de internet ou através do sinal residencial de clientes, que ele capturava o acesso no momento em que realizava algum trabalho, assim dificultava a localização exato de onde ele praticava o crime.
Nos últimos seis meses ele teria acessado a internet 48.871 vezes em diferentes endereços de origem para não ser rastreado. Além disso, ele fazia parte de grupos de contato com outros hackers, o que lhe municiava a estar abastecido de técnicas para que seus crimes não fossem descobertos.
O trabalho investigativo teve início em 2020, quando uma das vítimas procurou as autoridades policiais para falar que um perfil, em uma rede social, cobrava uma quantia para não expor imagens íntimas e conversas comprometedoras dela. Inicialmente ele mantinha contato com a vítima por meio de uma página no Instagram e, posteriormente, exigia o número de WhatsApp para negociar a quantia. Depois que o homem conseguiu o número de celular pessoal da vítima, ele negociava um valor específico alegando que tinha imagens dela nuas ou, ainda segundo os policiais civis, ele pedia fotos delas, também nuas, com a alegação de que se elas não enviassem, ele divulgaria outras do qual ele tinha posse.
A PC-CE orienta que se você foi vítima de uma extorsão, procure Delegacia Regional de Quixadá, no endereço Rua Presidente Vargas, Campo Novo, Quixadá – contato (88) 3445-1047. Ou o 5º Distrito Policial na Rua Júlio Braga, 161 – Parangaba, Fortaleza – contato (85) 3101-2948.