Com 35,1% da capacidade total, açudes do CE atingem maior volume desde 2013

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Açude Castanhão, maior do Ceará, atinge a melhor marca desde junho de 2015. Foto: divulgação

Em pouco mais de dois meses e meio de quadra chuvosa, a média do volume hídrico dos 155 reservatórios monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) no Ceará saltou de cerca de 21% para 35,1%. Segundo a pasta, a última vez que o Estado esteve no patamar de 35% foi em outubro de 2013. A média mais próxima atingida foi em junho de 2020, quando chegou-se a 34,5%.

O alívio no quadro hídrico do Estado tem relação direta com os bons volumes de precipitações registrados desde março. O mês terminou com acumulados 30,5% acima do normal; foi registrada média de 265,4 milímetros (mm) de chuva, sendo que são esperados 203,4 mm.

Em abril, até o momento, o Estado tem média de 167,4 mm de chuva. O acumulado normal para todo o mês são 188 mm. Assim, as chuvas estão em torno da média.

Para a quadra chuvosa, que vai de fevereiro a maio, por enquanto, o Ceará registra média 497,3 mm de chuvas, conforme dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). A normal climatológica para o quadrimestre é de 600,7 mm.

Reservatórios
Após um fim de semana chuvoso, as águas transbordaram nos açudes Diamantino II (no município de Marco), Gangorra (em Granja), Maranguapinho (em Maranguape) e Aracoiaba (no município de mesmo nome). Com isso, subiu para 34 o número de barragens sangrando no Estado, segundo dados da resenha diária de monitoramento da Cogerh desta segunda, 25. No mesmo período de 2021, apenas 16 açudes estavam sangrando.

Ainda segundo a pasta, o Estado tem oito açudes com volume entre 90% e 100%: Araras, Ayres de Sousa, Do Coronel, Olho d’Água, Pacajus, São Domingos II, Taquara e Trapiá III.

Por outro lado, há 56 reservatórios com volumes inferiores a 30%. O titular da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH), Francisco Teixeira, ressalta que a reserva hídrica ainda precisa de atenção. “Algumas regiões, como o Sertão Central e Banabuiú, não tiveram bons aportes. A Bacia do Banabuiú se encontra com apenas 8,37%”, afirma, lembrando do terceiro maior reservatório cearense.

Após estar quase seco entre 2015 e 2018, o reservatório do Banabuiú vinha se recuperando. Porém, seu volume tem estado em queda desde maio de 2021. Teixeira garante que “a gestão hídrica do Ceará, através do Grupo de Contingência, segue monitorando e definindo ações para que todas as regiões fiquem seguras”.

Dos três maiores açudes do Ceará, o Orós é o que possui o melhor volume. Atualmente, seu índice é de 46,21%, sendo o melhor desde 28 de setembro de 2014.

Já o Castanhão atinge a mesma marca de 26 de junho de 2015: 19.61%. É a melhor marca desde então, e o reservatório cearense também é o que ganhou maior recarga absoluta nesta quadra chuvosa (com mais de 600 milhões de m³ aportados).

Ainda assim, com os 19,61% atuais da sua capacidade total, o Castanhão não garante o abastecimento de todos os seus usos, conforme a SRH.

Veja a quais açudes estão sangrando no Ceará

Acarape do Meio
Acaraú Mirim
Amanary
Angicos
Aracoiaba
Barragem do Batalhão
Batente
Caldeirões
Cauhipe
Diamantino II
Frios
Gameleira
Gangorra
Gavião
Germinal
Itapajé
Itapebussu
Itaúna
Jenipapo
Junco
Maranguapinho
Mundaú
Muquém
Pau Preto
Poço Verde
Quandú
Rosário
São Vicente
Sobral
Tijuquinha
Tucunduba
Ubaldinho
Valério
Várzea da Volta

Com informações do Opovo