Quixadá: A visita do presidente Jair Bolsonaro a Quixadá na última semana, enche de expectativa a população do município, pelos pedidos feito pelo prefeito Ricardo Silveira em seu discurso. Entre as demandas estavam a construção de um novo hospital, o benefício através da transnordestina e a revitalização do principal cartão postal, o Cedro.
Faz bem lembrar que 2022 é ano de eleição, um ano onde nenhum presidente sai do Palácio do Planalto para qualquer lugar do País, sem uma estratégia em mente. O motivo é óbvio: é voto. E em ano de eleição, voto se conquista com pedidos que são atendidos. A julgar por essa análise são grandes as chances de que os quixadaenses tenham um retorno positivo dos pedidos feito pelo prefeito ao Governo Federal.
Os quixadaenses que são cientes desse processo estratégico eleitoral, veem como ainda maiores as chances de terem suas reivindicações atendidas. E para além do período, há outras questões ideológicas que reforçam essa chance. A própria escolha de Quixadá para lançar a força-tarefa das águas, na última quarta-feira (23), é um claro sinal disso.
Bolsonaro esteve na cidade mais importante do Sertão Central e que, até pouco tempo, era reduto militante do PT. Ilário Marques, ex-prefeito e ex-deputado, coordenou a campanha de Lula no Ceará em anos anteriores, e sua proximidade com o então presidente fez ele ganhar respeito e notoriedade. Não à toa que Lula gravou um vídeo para Ilário em 2020, durante as eleições. E Camilo Santana, governador do Ceará, também do PT, veio até Quixadá para pedir voto a Marques em um comício.
É, então, possível que Quixadá tenha alguma chance? Tem. O Revista Central lembra os três pedidos feitos por Ricardo Silveira.
1°: “Nós temos a Transnordestina, peço ao senhor para que dê um olhar diferenciado, para que os municípios do sertão central possam ser contemplados com a transnordestina”, pediu Ricardo.
Em seu projeto inicial, a rodovia transnordestina previa contemplar três municípios da região Centro: Piquet Carneiro, Mombaça e Pedra Branca. No ano passado o Governo Federal resolveu dar continuidade ao projeto que ligará a nova e rica fronteira agrícola e mineral brasileira (sul do Piauí e Maranhão, norte do Tocantins e oeste da Bahia) ao porto do Pecém, a porta de escoamento dessas mercadorias para o mundo. Ricardo é bem assessorado, e ainda que o pedido possa parecer um sonho distante, haja vista a magnitude do projeto, ele fala com propriedade. No entanto, Bolsonaro não deu nenhum sinal em seu discurso se atenderia ao pedido do prefeito.
2º: “Eu, como representante dessa cidade, de um povo amoroso, de um povo caloroso, trabalhador, que sonha muito com a revitalização e com a recuperação do nosso patrimônio histórico, que é o nosso açude do Cedro. E eu queria pedir ao senhor (o presidente), que dê atenção ao nosso açude do Cedro, nós não podemos deixar ele se acabar”, lembrou Ricardo.
Esse pedido foi mais fácil e logo de cara teve um retorno positivo: na mesma cerimônia o ministro do turismo, Rogério Marinho, acenou para o prefeito de Quixadá dizendo que seria possível seguir o pedido de Silveira. O Cedro carrega um significado gigante para o cearense e o nordestino. Por isso, em ano de eleição, é possível, sim, que o Governo Federal atenda com prioridade o pedido do prefeito de Quixadá. O Banabuiú, por exemplo, está sendo reformado, bem como o de Russas. Porque então, o Cedro, que é muito mais importante, não seria?
3º: “Tem um sonho antigo da população e eu gostaria muito que Deus tocasse em seu coração. Nós temos no nosso município, um hospital municipal que foi construído na década de 60 e na época tinha 50 leitos. E hoje temos 28 leitos para atender uma população de 100 mil habitantes, fora outros municípios. Portanto gostaria muito que o senhor destinasse R$ 18 milhões para a gente fazer um hospital novo, um hospital municipal de Quixadá”, disse Ricardo arrancando gritos da plateia.
O prefeito até entregou o projeto nas mãos do presidente Jair Bolsonaro, mas não recebeu nenhum retorno do seu pedido. Existe em curso uma articulação por parte das alianças de Ricardo Silveira, em Brasília, que poderão reforçar essa demanda e conquistar os recursos necessários à construção de um novo Eudásio Barroso. Domingos Neto é um nome importante em Brasília e ele estaria bem próximo de Bolsonaro, o que aumentaria as chances de tornar o pedido válido.