As pacientes que chegam ao Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) gerida pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), são gestantes com um perfil de maior gravidade, com doenças como hipertensão ou diabetes. Para estes casos, a cirurgia cesárea é a opção indicada para preservar a vida da mãe e do bebê. Para isso, o Centro Cirúrgico Geral (CCG) do hospital promoveu uma adequação do seu ambiente para receber as gestantes com mais segurança e sossego.
O Estar das gestantes amplia o direito garantido por lei às parturientes de terem um acompanhante desde o preparo para o parto até o pós-operatório. O novo espaço é isolado do restante do preparo de outras cirurgias, salvaguardando a privacidade das futuras mães. “Esse ambiente, mais propício e preparado para a gestante, traz um cuidado centrado no usuário. Você chegar num ambiente de centro cirúrgico, que por si só causa estranheza, e ter um cantinho reservado oferece mais tranquilidade para essa mãe”, explica o coordenador de Enfermagem do CCG, Daniel Rodrigues.
Para o coordenador médico anestesiologista, Marcelo Lucena, o espaço ajuda a diminuir o nervosismo e a ansiedade da parturiente. “Geralmente, elas estão muito ansiosas porque, na maioria das vezes, precisam de procedimentos de mais urgência. O Estar das gestantes proporciona uma calmaria maior. É uma humanização do processo. As gestantes ficam mais tranquilas e menos ansiosas. Geralmente, elas ficam com um acompanhante, podendo passar esse momento mais a sós, um momento mais íntimo, e não ficam completamente expostas”, afirma o médico.
Maria Geandra Gomes da Silva, 26 , moradora de Tauá, a 176 km de Quixeramobim, relata que o ambiente fez com que o medo desse lugar à despreocupação. “A gente fica com medo. Principalmente eu, que foi a primeira cirurgia que eu fiz na vida. Fiquei com bastante medo, por ver caras estranhas, mesmo sendo um pessoal tudo bem educado e muito cuidadoso. Cada um se preocupa muito com a gente. Eu achei bem interessante esse espaço”, avalia a paciente, que teve a cunhada Dalmares Demétrio como acompanhante.
Para a coordenadora de Enfermagem do Eixo Obstétrico, Cris Ângela, o preparo de um espaço dentro do CCG destinado à gestante e sua acompanhante é uma ação que garante a segurança da paciente, proporcionando uma ambiência humanizada e respeitosa. “Quando as mães voltam para a Enfermaria em seu pós-parto, o relato é de satisfação e isso nos mostra que uma simples estratégia faz uma grande diferença na experiência das pacientes e seus familiares”, afirma.
O Estar das gestantes também se apresenta como uma experiência única para os profissionais de saúde. Para a enfermeira Bruna Rodrigues, o momento é de troca entre a paciente e os trabalhadores. “A gente quer mostrar que estamos ali, apoiando e dando conforto. Queremos que a gestante saiba que ela está segura, que ela está com uma equipe pronta para atender às necessidades dela”.
Durante a espera para a entrada na sala de cirurgia, as gestantes assistem a vídeos educativos sobre aleitamento materno, cuidados com o recém-nascido, pós-operatório, entre outros temas. “É um cuidado que se amplia para além das estruturas do hospital. Ele se estende até o cuidado em casa. Então, eu acho que isso sempre agrega um valor para a paciente. Traz um certo empoderamento porque ela está ciente e sendo orientada sobre todo o seu processo. Isso facilita e auxilia no tratamento dela”, ressalta o técnico de enfermagem Eduardo Donato.