Sertões de Canindé: O pai e a filha que foram vítimas de uma dupla tentativa de homicídio em Canindé, foram alvos de um plano de execução montado pela própria esposa da vítima, após ela descobrir que o homem mantinha um relacionamento amoroso com a filha e até com o genro. A mulher está presa.
O caso de trisal e incesto envolvendo o pai a filha e o namorado da filha foi revelado pelo jornal Diário do Nordeste após uma entrevista do delegado Daniel Aragão, titular da Polícia Civil de Canindé. O Revista Central acompanhou o caso desde o início e os seus desdobramentos, mas até então a Polícia tratava apenas como dupla tentativa de homicídio.
NOTA DO EDITOR: Se você leu até aqui, um aviso deste caro editor que vos escreve: é possível que você não entenda a notícia da primeira vez, e que precise ler e reler o texto novamente. A história é complexa: envolve duas pessoas presas, duas baleadas, e outras duas capturadas por participarem do crime. Ao final, quando entender do que se trata, certamente vai ficar boquiaberta.
Trisal é o nome dado para um relacionamento envolvendo três pessoas, onde cada uma delas se relacionam uma com as outras, mediante consentimento. Já incesto é o nome dado pela psicologia ao fenômeno de paixão por pessoas que pertencem a uma mesma família. No caso de Canindé, o incesto ocorreu porque o pai mantem relações sexuais com a própria filha.
Jaelson Oliveira, de 39 anos, e a filha dele, de 20 anos, foram baleados no último dia 29 de junho ao chegarem em casa. Na última segunda-feira (27), Israel de Sousa Silva, de 20 anos, e um adolescente de 17 anos, foram capturados pela Polícia suspeitos de participarem do crime. Foi a partir desta prisão que a Polícia descobriu o caso de incesto e trisal.
Trisal e incesto descobertos: a motivação do crime
A dupla que tentou matar pai e filha confessou na delegacia que foram contratados para cometer o crime pela esposa do homem. O namorado da filha, Antônio Herilson da Silva Lopes, de 26 anos, revelou que Jaelson se relacionava com a adolescente e também com ele, mas que não concordava com a situação. Ao saber do caso, a esposa de Jaelson pediu ajuda a Herison e os dois encomendaram o crime.
Maria Aparecida Barroso, de 36 anos, está presa apontada como a cabeça do plano arquitetado para matar pai e filha. Ela estava detida por medida cautelar até que o inquérito seja concluído e a previsão é que possa ser solta até esta sexta-feira (1°). A outra parte do inquérito envolvendo Antônio Herison ainda está sendo concluída.
Durante seu depoimento à Polícia, Maria Aparecida revelou que vinha sendo ameaçada pelo marido há cerca de dois anos, e que ao saber do trisal envolvendo a filha dele e o namorado dela, ficou estarrecida.
Filha revela que é apaixonada pelo pai
A filha dele sobreviveu e prestou depoimento à Polícia Civil nesta quarta-feira (29). O delegado esperava prender o homem após o depoimento da filha, mas ela teria dito que era apaixonada pelo pai. “Foi perguntado a ela quando começou, se há muito tempo já tinha algum tipo de sentimento, se ele já tinha pegado nas partes íntimas dela antes, abusado, mas ela o protege, diz que não, nunca, e que o sentimento foi recíproco. Ela disse que é apaixonada pelo pai e o pai por ela”, relatou o delegado ao Diário do Nordeste.
A Polícia Civil também revelou que o namorado da jovem só descobriu que o terceiro envolvido nos encontros era o pai dele tempos depois. De acordo com a Polícia ela convidava o namorado para noites a três com o pai, mas sem revelar que o terceiro homem era o pai dela.
Há informações ainda não divulgadas e que não nos permite concluir o texto. Não se descobriu ainda, por exemplo, como o namorado da moça de 20 anos, não sabia quem era o pai dela antes mesmo da relação a três. Também não houve detalhes no depoimento da filha, sobre há quanto tempo eles vinham se relacionando. A Polícia só previa manter o homem preso por estupro de vulnerável porque, pela lei, o relacionamento envolvendo pessoas da mesma família não é considerado crime. A sociedade julga como algo moralmente inaceitável, e as religiões condenam, mas a Justiça não especifica nada sobre casos assim.