Quatro cidades da região do Maciço de Baturité foram alvo de uma operação deflagrada nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Ceará (MPCE). Intitulada de Operação Cratos a ação busca desarticular uma organização criminosa atuante no Maciço de Baturité. Promotores de justiça das cidades alvo da investida também atuaram na operação.
Ao todo, sete mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão preventiva expedidos pela Vara Única Criminal de Baturité estão sendo cumpridas em Baturité, Guaiuba, Redenção, Acarape e na capital Fortaleza. Os alvos são suspeitos dos crimes de homicídio qualificado, corrupção de menores, destruição de cadáver, roubo, além de organização criminosa. A operação do MPCE conta com o apoio da Coordenadoria de Planejamento Operacional (COPOL) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado (SSPDS).
O nome da Operação, Cratos, faz uma referência a um personagem da mitologia grega e seu nome significa força e poder. No contexto da investigação, a atuação do MPCE com a realização da operação demonstra retomada da situação pelo Estado, sendo a execução dos mandados os meios de mostrar o poder do Estado para mudar o que estava se estabelecendo com a atuação das facções nas localidades.
Investigações
De acordo com o MPCE, as investigações foram iniciadas em abril de 2021 após um confronto entre facções criminosas rivais que terminou com a morte de três criminosos, sendo um adolescente. Na ocasião, uma organização que atuava em cidades vizinhas buscava se expandir territorialmente em Baturité e planejou a invasão do bairro Prourb, dominado por um grupo rival. A ação foi divulgada pelas redes sociais dos envolvidos, que estudaram, inclusive, a topografia da localidade para conhecer melhor as rotas de fuga.
Na madrugada deste dia, 15 pessoas fortemente armadas invadiram o bairro com o objetivo de exterminar membros da facção rival. No confronto, o adolescente Santiago Amorim Lopes, suposto integrante da facção rival, foi brutalmente assassinado. Após este primeiro homicídio, o grupo se deparou com Valdiberto de Lima Freitas, que também foi morto com extrema violência. Segundo as investigações, ele não fazia mais parte da facção rival e estava a caminho do trabalho no momento do homicídio.
Após a consumação dos crimes, o grupo criminoso tentou roubar veículos que transitavam na CE-365 e, ao se deparar com uma composição policial, atirou contra os agentes de segurança pública, dando início a uma intensa troca de tiros. No confronto com a PM, um adolescente que integrava o grupo criminoso foi atingido e morreu. Um policial militar também foi baleado e sobreviveu. Após o acionamento de reforço policial, parte do grupo criminoso foi preso. Os alvos da operação deflagrada hoje abrangem os demais suspeitos de envolvimento na execução daquela empreitada criminosa.
A ação criminosa foi objeto de inquérito policial e posterior denúncia do Ministério Público do Estado do Ceará contra os envolvidos nos crimes. Durante as investigações, o MPCE passou a apurar a possível participação de um policial civil do Estado do Ceará. Segundo a denúncia oferecida à Justiça, o agente público é suspeito de ter fornecido a arma da corporação aos bandidos, uma vez que a pistola do agente foi apreendida com um dos integrantes do grupo.