A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) informou, na tarde desta quarta-feira (18), que já foram confirmados 43 casos de pacientes com coronavírus que estão com a variante delta, de origem indiana. Além disso, a pasta também confirmou a presença do primeiro caso da variante alfa, de origem britânica; é a primeira vez desde o início da pandemia que esta cepa foi identificada.
De acordo com a Sesa, dos 43 casos da variante no Ceará, 28 são importados, ou seja, vieram de viajantes que foram testados nas barreiras sanitárias montadas pelo estado desde o início de julho. Outros três casos já foram confirmados como sendo de transmissão comunitária, o que significa que os infectados não viajaram, nem tiveram contato com pessoas que vieram de outros locais.
Outros 12 casos estão sendo rastreados pela Secretaria, cuja forma de transmissão ainda não foi confirmada. A pasta garante que todos os pacientes (24 mulheres e 19 homens), que testaram positivo nessas condições, estão sendo monitorados. A indicação da Sesa é que eles cumpram autoquarentena de 14 dias
Os pacientes, conforme a Sesa, tiveram sintomas leves, moderados ou foram assintomáticos e têm idades entre 20 e 39 anos. Mais da metade veio do estado do Rio de Janeiro, além de viajantes oriundos de São Paulo, Recife e Porto Alegre, além do México.
O paciente que testou positivo para a variante alfa, identificada inicialmente no Reino Unido, é um homem de 64 anos, de origem mineira, que cumpriu isolamento desde que recebeu o diagnóstico, no Centro de Testagem de Viajantes, montado pelo Governo do Estado no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza.
Segundo a Sesa, ele também está sendo monitorado, mas “apresenta sintomas leves e fará nova coleta de amostras para medição de carga viral, potencial de transmissão e estudo de anticorpos”, explica.
Primeiros casos no Ceará
Os primeiros casos de infecção pela variante delta (B.1.617) no Ceará foram confirmados pela Sesa na quinta-feira (29). Os quatro exames RT-PCR foram realizados no Centro de Testagem de Viajantes do aeroporto da capital cearense.
Os quatro passageiros, três mulheres e um homem com idades entre 22 e 26 anos, são moradores de Fortaleza (dois), Caucaia e Itapipoca — mas este cumpre quarentena em Sobral. Eles desembarcaram na capital cearense em três voos diferentes, oriundos do Rio de Janeiro, entre os dias 19 e 21 de julho. Além de manter a autoquarentena, eles farão novas coletas para medição de carga viral, potencial de transmissão e estudo de anticorpos.
A Sesa garante que os quatro identificados com a variante delta estão sendo monitorados ativamente pela Vigilância Epidemiológica da pasta estadual e respectivas secretarias municipais de Saúde.
Todos que estiveram nos voos descritos abaixo devem cumprir autoquarentena de 14 dias contados a partir da data de desembarque. Confira os itinerários:
Voo GOL 2021 de 19/07/2021 – Rio de Janeiro – Fortaleza
Voo LATAM 3383 de 20/07/2021 – Rio de Janeiro – Fortaleza
Voo AZUL 4763 de 21/07/2021 – Rio de Janeiro – Fortaleza
A Sesa e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estão realizando busca ativa na lista dos passageiros e tripulantes das três aeronaves vindas do Rio de Janeiro, onde estavam os quatro viajantes que testaram positivo para a variante originária da Índia.
Reforço de barreiras sanitárias
Além da variante delta, outras mutações da cepa do coronavírus foram identificadas nas 17 amostras positivas para a Covid-19 já coletadas no Aeroporto de Fortaleza e analisadas pela Fiocruz, como a Gama, encontrada inicialmente no Brasil, em Manaus.
Com isto, a Sesa toma medidas para identificar e diminuir a transmissão dessas novas variantes. São elas:
Ampliação de barreira sanitárias nas rodoviárias de Fortaleza e do Interior;
Ampliação das coletas por amostragem no Centro de Testagem para Viajantes do Aeroporto de Fortaleza de 5% para 20% dos passageiros de voos oriundos dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.
A análise de sequenciamento do vírus foi realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Ceará a pedido do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), da Sesa, em parceria com o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) e pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen).
No Brasil, casos da delta já foram confirmados em, pelo menos, sete estados e no Distrito Federal. Já é considerado que o País tem transmissão comunitária da variante, o que significa que ela já está sendo transmitida dentro do território brasileiro de forma sustentada, sem relação com casos vindos de outros países.
Variante mais transmissível de todas
A variante delta, identificada pela primeira vez na Índia em outubro do ano passado, vem preocupando especialistas, países e entidades internacionais, além de brasileiras. Ela é mais transmissível do que as demais variantes que já circulam no Brasil, como a gama, identificada inicialmente em Manaus; e a variante alfa, primeiramente encontrada no Reino Unido.
Com informações do G1