Quixadá: O que deveria ser uma postagem simples em uma rede social, chamou atenção da imprensa de Quixadá inteira: o vereador Jackson Perigoso pretende instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a destinação de verbas no enfrentamento da pandemia em Quixadá. Ele utilizou seu perfil na rede social facebook para ouvir a opinião da população sobre o tema.
Foi o estopim para que o assunto virasse o tema do dia no município. O tema foi inclusive citado pelo parlamentar durante a transmissão da sessão da Câmara, que acontecia no exato instante em que a postagem era feita, fazendo o assunto ganhar mais destaque e sendo alvo da adesão de vereadores.
Caso seja instalada no parlamento quixadaense, Jackson Perigoso pretende buscar respostas sobre o uso de verba pública durante a gestão do ex-prefeito Ilário Marques, derrotado nas últimas eleições. “Defendo a criação de uma CPI da COVID-19 na Câmara Municipal de Quixadá. Para que o ex-prefeito venha a explicar onde foram gastos os quase R$ 10 milhões de reais que o Município recebeu em 2020 do governo Federal. Você concorda?”
A Comissão deverá focar no montante de R$ 10 milhões, destinados à Quixadá ainda no ano passado, para o investimento em ações e iniciativas de combate à Covid-19. Existem inúmeros questionamentos sobre o uso da verba e a sua relação com iniciativas que deixam margem para questionamentos, como o fechamento de um centro especial para tratamento da Covid, ainda no ano passado, durante o pico da pandemia.
Repercussão
A imprensa de Quixadá destacou a iniciativa do jovem vereador. O site Monólitos Post frisou que a iniciativa na Câmara poderá chamar a atenção do Ministério Público do Ceará (MPCE). “Mesmo com o recebimento da verba, os números da Covid-19 em Quixadá foram alarmantes para uma primeira onda da doença. De março a dezembro de 2020, 88 pessoas morreram em decorrência da doença e registrou 4.371 casos da enfermidade, de acordo com dados do Governo do Estado do Ceará. A instalação da CPI do Covidão pela Câmara de Quixadá pode chamar a atenção do Ministério Público, que sempre agiu quando Ilário Marques fez mau uso de recursos públicos, como no caso de afastamento por participação em um suposto esquema de corrupção, que o levou ao afastamento do cargo de prefeito em agosto de 2018”.
O portal Diário de Quixadá também noticiou a postagem do vereador e a repercussão que gerou no parlamento. “Em Quixadá (…) algo diferente está se desenhando, e uma CPI pode nascer como instrumento da bancada maioritária para fiscalizar o governo anterior, que já acabou há cinco meses. Vale ressaltar, a bem da verdade, que não há impedimento legal para que gestões anteriores sejam investigadas”.
O site Ceará Digital também detalhou a investida do vereador. “Em seu último mandato, entre os anos de 2017 e 2020, além da falta de remédios, projetos deixados por seu antecessor, João da Sapataria, como o posto de saúde do distrito de Tapuiará, só foram finalizados somente em seu último ano de governo. Além disso, em 2020, primeiro ano da pandemia do novo coronavírus no mundo, a gestão do petista [Ilário Marques] recebeu, aproximadamente, R$ 10 milhões de reais do Governo Federal para enfrentamento a Covid-19, no entanto, a população não sabe ao certo onde estes recursos foram investidos”.
“Os números chamaram a atenção de Jackson Perigoso, tendo em vista que a gestão do petista propagou apenas a compra de máscaras, álcool em gel, investimentos em aparelhos montados na estrutura da unidade de saúde do Putiú, que já estava pronta, compra de uma ambulância, de higienizadores espalhados nas ruas da cidade e instalação de tendas de proteção de clientes de bancos, investimentos, que aparentemente, tem valores bem inferior aos recursos repassados pelo Governo Federal. “Quixadá recebeu quase 10 milhões de reais exclusivamente para o combate a COVID-19, no entanto, até o momento, não conseguimos detectar retorno suficiente”, comentou”, informou o site.
Afastamento
Jackson é o criador do Portal Revista Central, que compõe a parte mais forte da imprensa quixadaense. Hoje, ele investe na carreira política tendo sido eleito no ano passado. Com a investida na vida pública Jackson, que é bacharel em Direito, se afastou do site, que hoje é comandado por uma equipe de quatro pessoas, sendo três redatores e um social média. Ele não possui mais ingerência no projeto jornalístico.