Mesmo com o período oficial de chuvas no Ceará chegando ao fim, o rastro de boas notícias vai sendo deixado como resultado, entre essas notícias está um número animador: a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh) confirmou que 21 açudes do Ceará estão sangrando. Pode parecer pouco, mas representa um número bastante satisfatório.
Se comparado com anos anteriores, neste período, a sangria de açudes no Ceará em 2021 é um fato louvável. Muitos deles não sangravam há anos, e agora estão jorrando água. Neste quesito o caso mais emblemático é o do açude Jatobá, no município de Milhã. É o único açude da região do Sertão Central, integrante da Bacia do Banabuiú, que está sangrando.
Conforme o levantamento da Cogerh, o açude, que foi inaugurado em 1997, abastece a sede do município de Milhã e ajuda regiões vizinhas. Com capacidade de 1.070.000 m³, o açude Jatobá foi o único açude da região do Banabuiú a sangrar em 2021, registrando uma lâmina de 42 cm. A última sangria aconteceu em 2011.
No início do ano , o Jatobá estava seco – condição abaixo do volume morto (tinha água mas não em nível suficiente para que haja retirada para abastecimento). Em fevereiro chegou a aportar 4,67%. A condição de volume morto varia conforme o reservatório e de acordo com as dimensões. Em açudes de maior porte, um menor volume pode representar ainda quantidade significativa de água.
Faz bem frisar que muitos dos açudes que estão sangrando tem uma capacidade de reserva hídrica bem pequena. Isso significa que pouca água já seria o suficiente para que ele viesse a jorrar água pelos sangradouro. Mesmo assim, sangria no fim de período chuvoso no Ceará significa fartura de um elemento valioso no estado: água de sobra.
Ainda conforme a Cogerh dos 156 açudes do Ceará outros 35 estão com volume acima dos 90% de sua capacidade de acúmulo. E apenas 46 deles estão com volume inferior a 30%. Veja abaixo a relação dos açudes que atualmente estão sangrando.