A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) monitora 61 pacientes, sendo 34 do sexo masculino e 27 do sexo feminino, com suspeita de infecção pela nova variante do Coronavírus, oriunda de Manaus. Conforme o órgão, ainda não há confirmação de que os casos pertençam à nova cepa do vírus. A pasta informa ainda que apenas um paciente foi transferido da capital amazonense para o Estado.
Decompondo o total de monitorados: dos 61 pacientes, 44 (72,13%) são viajantes e 17 (28,87%) contactantes. A Sesa detalha ainda que o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) analisou 33 amostras recebidas, das quais 16 possuem critérios técnicos para isolamento viral e foram enviadas à Fiocruz do Amazonas. A expectativa é de que o resultado do estudo genético saia até a próxima semana.
No dia 21 do mês passado, uma publicação compartilhada via Twitter por uma médica da rede municipal, que havia pelo menos 30 pacientes em Fortaleza sob a suspeita de infecção da variante de Manaus do coronavírus.
“O coronavírus tem mais de 80 subtipos. Vários pesquisadores têm estudado sequenciamento genético, se essas mutações que tem no mundo inteiro, estou falando aqui de África do Sul, Inglaterra, Manaus, mudam o perfil epidemiológico. O que estamos vendo em Manaus: é que um percentual de pessoas que já tinham adoecimento anterior tinham imunidade, provavelmente, não tão potente e adoeceram novamente, e uma mudança de perfil epidemiológico para uma população mais jovem”, comentou sobre a variação do coronavírus o titular da Sesa, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, o dr. Cabeto.
Na última terça-feira, 2, ao ser questionado sobre o aumento de infecções entre jovens já não pode sinalizar a circulação de nova variante do vírus no Estado, o secretário da Saúde afirmou que o dado pode refletir o comportamento dessas pessoas, que estão mais expostas ao vírus. “Nós estamos agindo de forma responsável para entender que pode está havendo uma mudança no comportamento e na gravidade do vírus”, pontuou.
Sobre a crescente suspeita de infecção por Covid-19 em crianças, Cabeto afirma que é preciso atenção. O cardiologista comenta que, tradicionalmente, neste período de quadra chuvosa, a busca por hospitais infantis é maior. Por isso, a cautela. De todo modo, o titular da Sesa destaca os esforços para aumentar a capacidade dos hospitais especializados, como o Albert Sabin.
Nas unidades do Hapvida Fortaleza, a média da idade de pacientes com síndrome gripal caiu para 28,4 anos e a demanda hospitalar cresceu em 30%. Questionado se a alta procura pode ter relação com a mutação do novo coronavírus, o hospital afirmou que “oficialmente, o poder público não informou se há uma nova cepa circulante.”
Com informações do Opovo