Faltando pouco mais de um mês para o domingo de páscoa, celebrado após os 40 dias contados depois do feriado de Carnaval, um comércio típico apenas nesta época do ano, ainda não deu as caras entre as vitrines de lojas: os ovos de páscoa. A crise na economia imposta pela economia deve prejudicar o rendimento deste segmento, que vê suas vendas alcancarem o auge apenas uma vez ao ano.
Costumeiramente mais caros em função dos requintes e dos brindes que o acompanham, os ovos de páscoa compõem a lista dos produtos não essenciais, justamente aqueles que disputam o bolso do consumidor entre os produtos e gêneros alimentícios que são mais importantes. Neste período de pandemia acentuada, onde o dinheiro que circula tende a ser um pouco menor em função da paralisação ou redução de alguns setores do comércio, esse comportamento pode se destacar e com isso diminuir a venda de ovos.
Em Quixadá a presença de ovos de páscoa nas vitrines ainda é quase zero. Apenas as lojas segmentadas, como Cacau Show e bombonieres, se valem do segmento paara já começar a incluir o adereço nos locais de venda. Nos supermercados e nas demais grandes lojas, aquela tradicional imagem do teto colorido pelo papel luminoso que embrulha os ovos ainda não começou, o que é de se causar estranheza, já que em anos anteriores, sem pandemia, esse recurso já começava a ser visto em alguns pontos.
O cenário em Quixadá e no Sertão Central como um todo não significa que no geral o comércio de ovos de páscoa sofrerá uma redução em suas vendas ou quedas drásticas. Em São Paulo, por exemplo, há empresas que já começaram a fabricação das peças mesmo antes de 2021, para dar conta da alta demanda que receberam. Em Curutiba, diferente do que se vê por aqui, os ovos de páscoa já entraram na visão do cliente ocupando o espaço das lojas desde janeiro.
Mas caso se confirme, não restam dúvidas que a redução nas vendas de ovos de chocolate traga um baque entre os empresários. É que ovos de páscoa são produtos que vendem apenas uma vez ao ano, porque necessitam de uma data comemorativa para ser lançado. Eles não fazem parte de outros produtos que não necessitam de datas para serem comercializados e fazem parte do nosso cotidiano, como o pão e o arroz. Esse fenômeno provocado pela pandemia alterou também o mercado de papelaria, que sentiu uma queda na venda de produtos já que por causa da Covid-19 as aulas passaram a ser remotas, dispensando muitas vezes a neecessidade da lista de material escolar.
Ainda que o dinheiro em circulação seja menor, é possível que o inesperado (felizmente) ocorra. No ano passado, por exemplo, bem no auge do primeiro pico da pandemia, a Associação Cearense de Supermercados (Acesu) constatou um aumento de 20% no número de vendas de ovos de chocolate em comparação com o ano passado. O poder de compra foi influenciado pelo reforço na economia, como o Auxílio Emergencia, que já foi confirmado para este ano embora num valor bem menor. Por isso, pode ser que esse cenário não se confirme, o que seria de grande valia, já que muitos vêm sofrendo as consequências de um período tão delicado.