Com aulas remotas por causa da pandemia, vendas em papelarias devem ter queda em 2021

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Setor deve ter poucas vendas por causa das aulas remotas na maiora das cidades; queda deve chegar a 80% (Foto: divulgação)

A pandemia do coronavírus, que já provocou uma grande crise no comércio em gerla, deverá mexer até com aqueles mais específicos, que possuem uma boa temporada de vendas apenas uma única vez no ano: são as papelarias. Com a flexibilização do ensino à distância, a quantidade de material adquirido e que seja necessário para o aluno diminui, o que termina por provocar uma queda nas vendas no setor. No Ceará, o comércio de papelaria deverá ter em 2021 uma queda de 50% a 80% no número de vendas.

Diferente dos demais comércios, as livrarias possuem no início do ano o seu único melhor momento para vender: é justamente quando as escolas lançam a lista de material para os alunos. No meio do ano, nas férias, as vendas voltam a subir um pouco, mas o período mais forte é realmente em janeiro. No entanto, no Ceará de maneira geral, esse movimento deve ser bem menor.

O Governador Camilo Santana deixou livre a demanda entre as escolas, para que decidam se retornam com o ensino presencial, ou se conrtinuam com o método de educação á distância. A medida considera uma resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) e considera que o cenário de pandemia pode ser diferente de uma cidade para outra. Mesmo assim, foram poucas as escolas que resolveram arriscar e reabrir. A maioria são particulares. As públicas devem continuar no ensino à distância.

Um funcionário de uma das mais tradicionais papelarias de Quixadá, que preferiu não ser identificado, afirmou que o movimento esperado é bem menor do que o dos anos anteriores. “A gente está esperando uma queda que pode ter até 50% de diminuição no total de vendas. Mochila, por exemplo, a gente comprou muito pouco, só pra renovar o estoque, porque é um produto que não vai sair de jeito nenhum, eu acho”, disse o funcionário.

Há ainda uma outra questão que pode interferir no baixo percentual em vendas geradas pelas papelarias este ano: a subida de preços. De acordo com o Portal G1, da TV Globo, a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Materiais Escolares está prevendo reajustes entre 8 e 10% em razão do custo do papel e do plástico. No caso de produtos com matéria-prima importada, os preços podem subir até 18%, puxados pela alta do dólar.

Em reportagem publicada pelo Jornal O Povo na última semana, o cenário de ausência de mercado no setor, mostrou gravidade. No Centro de Fortaleza, neste período do ano, o comércio de papelaria ferve. Mas com a pandemia e sem certeza de aulas presenciais, o faturamento nas empresas despencou. “Nas livrarias que vendem livros novos, a queda em todas as lojas é superior a 50%. O cenário de loja vazia é o mais comum, bem diferente de anos anteriores”, disse a reportagem.

Para o jornal, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Livros do Estado do Ceará (Sindilivros-CE), disse que a queda nas vendas e faturamento já vem de antes da pandemia. “A introdução de sistemas próprios de ensino sendo vendidos nas próprias escolas vem diminuindo a demanda no setor. O início da pandemia no ano passado e a falta de certeza sobre a retomada presencial, tira dos pais o interesse em comprar todos os materiais”.