Região Central: A luta contra o coronavírus continua em todo o Brasil. E no Ceará vários municípios voltaram a adotar mais rigidez nas ações preventivas e de enfrentamento ao Covid-19. O número de mortes continua a subir diariamente, mas apesar do cenário difícil e desolador, algumas cidades vivem uma situação mais controlada em comparação com outras. É o caso de Banabuiú: entre todos os municípios do Sertão Central a cidade carinho foi a que registrou, desde o início da pandemia, o menor número de óbitos.
Banabuiú contabilizou até o momento quatro mortes em função do Coronavírus. O último óbito foi em 28 de agosto de 2020. Os dados foram conferidos pelo Portal Revista Central na plataforma IntegraSUS, considerada a mais confiável fonte de informações sobre a pandemia no Ceará. Lá, os dados são alimentados em um detalhado sistema da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa).
Se continuar assim até o fim deste mês de fevereiro, Banabuiú conseguira a proeza de chegar a seis meses sem registrar novas mortes, o que na ponta do lápis significa metade de um ano. Um grande feito tendo em vista que a pandemia parece ter voltado com mais força depois do período eleitoral e das festas de fim de ano, um cenário não apenas estadual, mas sentido em todo o País.
É bem verdade que para conseguir isso, Banabuiú conta com condicionantes que atuam a seu favor: a cidade é pequena, logo, a capacidade de manter um certo controle sobre os casos por meio de um trabalho da Secretaria Municipal de Saúde fica menos complexo do que em comparação com cidades maiores, por exemplo. Mas por outro lado, não se pode descartar o mérito do que foi feito (e segue) até aqui, já que há fatores de risco também. O próprio fato da cidade ser pequena tem seu bônus mas também tem seu ônus: essa situação provoca nos moradores a necessidade de estar diariamente viajando para Quixadá ou Fortaleza, lugares com grande número de casos, o que os exporia a um perigo mais eminente.
Se Banabuiú é uma espécie de case de sucesso no Sertão Central, na outra ponta do gráfico estão cidades que amargam o desabor de acumular o maior número de óbitos. É o caso de Quixeramobim. A terra de Antônio Conselheiro tem, segundo o IntegraSUS, um total de 109 mortes em funçãod a Covid-19.
No ano passado o Revista Central mostrou o descaso do município, na gestão do então prefeito Clébio Pavone, durante a pandemia. Com mais cerca de R$ 2,5 milhões em caixa naquela época para financiar medidas de enfrentamento à Covid-19, Quixeramobim tinha gastado apenas pouco mais de R$ 500 mil. Enquanto os casos aumentavam, as redes sociais eram alimentadas pelo marketing de Pavone. No dia em que o município contabilizou três mortes, ele aparecia tirando fotos com garis fazendo mercham por garantir novo fardamento.