Maior tragédia da história de Quixadá, acidente entre topiques que deixou 21 mortos faz 18 anos hoje

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Acidente foi uma das maiores tragédias do Ceará e o maior acidente já registrado em Quixadá, com 21 mortos (Foto: reprodução/RC)

Quixadá/Banabuiú: Hoje, completam 18 anos daquele que ficou cravado na memória dos moradores do Sertão Central, como o maior acidente de trânsito da região. No dia 20 de janeiro de 2003, duas topiques colidiram frontalmente no trecho da BR-122 (antigamente, CE-368) que liga os municípios de Quixadá a Banabuiú deixando 21 pessoas mortas. 19 delas morreram ainda no local, conforme a imprensa da época e outras duas no hospital. Cerca de nove outras pessoas ficaram feridas.

O acidente ficou cravado na memória de muitos como uma das maiores tragédias até então já registradas no Estado. Foi o maior acidente da história de Quixadá, um dia difícil de esquecer.

Corpos ficaram multilados ao serem espremidos dentro dos escombros

Tudo teria ocorrido por volta de duas da tarde. Na época, a principal suspeita levantada era que o condutor de uma das topiques, que vinha no sentido Banabuiú/Quixadá, invdiu a via contrária e bateu de frente com uma outra topique que trazia passageiros de Quixadá para Banabuiú. O impacto da colisão foi tão grande que 18 pessoas morreram na hora. Os corpos ficaram multilados. As cenas de um cinegrafista amador, na época, se espalharam pela região e mostravam imagens terríveis. Entre as vítimas havia duas crianças.

Os mortos eram, em sua maioria, habitantes do município de Banabuiú que voltavam de Quixadá. A imprensa da época apurou que o veículo que tinha capacidade para transportar 14 pessoas, trazia 29, quase o dobro acima do permitido. Naquele período, era comum as críticas de pessoas que usavam o transporte e que constantemente reclamavam do excesso de passageiros e a ausência de fiscalização.

Os fatos que se desdobraram a seguir, transformaram o dia na cidade atípico. A notícia chegou na cidade com o barulho da sirenes que traziam os corpos para os hospitais. Não havia a disseminação da internet e as informações oficiais só chegavam via rádio, pela TV ou pelos jornais no dia seguinte. Cerca de 40 minutos depois, o programa policial Barra Pesada deu a notícia e o fato foi confirmado.

Cruzes permanecem até hoje no local do acidente em memória dos mortos (Foto: arquivo/RC)

Quando a notícia confirmada se espalhou, Banabuiú e Quixadá teve sua rotina alterada. Nas calçadas, pessoas choravam e lamentavam pela morte das vítimas. Helicópteros sobrevoavam a cidade de Quixadá fazendo o translado de corpos e vítimas sobreviventes para Fortaleza, onde foram socorridos no Instituto Doutor José Frota (IJF). A praça de Banabuiú, cidade sede da maioria dos mortos, ficou lotada. O movimento no pequeno município foi alterado por praticamente uma semana em função do acidente. Veículos de imprensa nacionais e estaduais invadiram o município. A cena da igreja com vários caixões na missa de corpo presente foi chocante.

O transporte de passageiros por topiques é, até hoje, uma prática forte. Diariamente, pessoas de Banabuiú vão e voltam de Quixadá. Quem usa esse meio de transporte, dificilmente vai esquecer deste dia tão pavoroso. Sobreviventes da tragédia que permanecem vivos até hoje ainda aguardam indenizações milionárias. Na memória dos banabuienses e quixadaenses, o dia 20 de janeiro é uma marca que representa uma dor que a cidade nunca vai esquecer.